São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2004

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VIZINHO EM CRISE

Cresce valor de ativo argentino no exterior

CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES

A retomada do crescimento econômico na Argentina não resultou em aumento da confiança na economia do país para os investidores. O valor dos ativos de argentinos no exterior aumentou US$ 8 bilhões de 2002 para 2003, totalizando US$ 104,6 bilhões, de acordo com o Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censo da Argentina).
Em uma década, a quantidade de dinheiro argentino no exterior dobrou. O valor calculado pelo Indec equivale a 56% da dívida pública total, estimada em US$ 185 bilhões. Segundo o Indec, do dinheiro que está no exterior, US$ 6 bilhões se referem a propriedades que os argentinos possuem principalmente em Miami, Punta del Este e no Sul do Brasil.
O instituto não tem como identificar como estão alocados o restante dos recursos. De acordo com o jornal "Clarín", calcula-se que haja mais de US$ 30 bilhões em depósitos em bancos, cerca de US$ 35 bilhões em títulos de governos ou ações de empresas, US$ 5 bilhões em ações adquiridas no exterior por fundos de pensão e US$ 25 bilhões em dinheiro guardado em cofres.
Na opinião do consultor financeiro Rafael Ber, os números divulgados anualmente pelo Indec são estimativas baseadas em dados do mercado e do balanço de pagamento, portanto é difícil definir a precisão do valor. A maior parte do dinheiro não é declarada.
Segundo Ber, apesar do crescimento de 8,7% da economia no ano passado, o país ainda não renegociou a dívida, em moratória desde dezembro de 2001, o que aumenta o clima de insegurança e falta de credibilidade.
Para ele, a tendência crescente dos argentinos de manter dinheiro fora do país causa um problema crônico para a economia. "O dinheiro que está lá fora poderia estar fortalecendo a economia, gerando crédito e investimentos."


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