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VIZINHO EM CRISE
Cresce valor de ativo argentino no exterior
CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES
A retomada do crescimento
econômico na Argentina não resultou em aumento da confiança
na economia do país para os investidores. O valor dos ativos de
argentinos no exterior aumentou
US$ 8 bilhões de 2002 para 2003,
totalizando US$ 104,6 bilhões, de
acordo com o Indec (Instituto
Nacional de Estatística e Censo da
Argentina).
Em uma década, a quantidade
de dinheiro argentino no exterior
dobrou. O valor calculado pelo
Indec equivale a 56% da dívida
pública total, estimada em US$
185 bilhões. Segundo o Indec, do
dinheiro que está no exterior, US$
6 bilhões se referem a propriedades que os argentinos possuem
principalmente em Miami, Punta
del Este e no Sul do Brasil.
O instituto não tem como identificar como estão alocados o restante dos recursos. De acordo
com o jornal "Clarín", calcula-se
que haja mais de US$ 30 bilhões
em depósitos em bancos, cerca de
US$ 35 bilhões em títulos de governos ou ações de empresas, US$
5 bilhões em ações adquiridas no
exterior por fundos de pensão e
US$ 25 bilhões em dinheiro guardado em cofres.
Na opinião do consultor financeiro Rafael Ber, os números divulgados anualmente pelo Indec
são estimativas baseadas em dados do mercado e do balanço de
pagamento, portanto é difícil definir a precisão do valor. A maior
parte do dinheiro não é declarada.
Segundo Ber, apesar do crescimento de 8,7% da economia no
ano passado, o país ainda não renegociou a dívida, em moratória
desde dezembro de 2001, o que
aumenta o clima de insegurança e
falta de credibilidade.
Para ele, a tendência crescente
dos argentinos de manter dinheiro fora do país causa um problema crônico para a economia. "O
dinheiro que está lá fora poderia
estar fortalecendo a economia,
gerando crédito e investimentos."
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