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COMÉRCIO EXTERIOR
Saldo vai a US$ 15 bi, alta de 45% sobre o mesmo período de 2003; exportações e importações crescem
Superávit da balança é recorde no 1º semestre
IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE
A balança comercial brasileira
registrou em junho superávit de
US$ 3,810 bilhões, o maior saldo
mensal da história. Nos seis primeiros meses deste ano, o saldo
positivo já alcança o volume recorde de US$ 15,049 bilhões -resultado 45% superior ao do primeiro semestre do ano passado.
Tanto as exportações como as
importações aumentaram no período. As vendas externas somaram US$ 43,306 bilhões no semestre, montante 31% superior ao do
mesmo período de 2003. As importações ficaram em US$ 28,257
bilhões, o que mostrou um aumento de 25% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
O bom desempenho das vendas
externas levou o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando
Furlan, a aumentar de US$ 83 bilhões para US$ 88 bilhões a previsão de exportações em 2004.
"Não podemos admitir que vamos jogar pelo empate daqui para
a frente", disse o ministro sobre as
exportações. Ele acrescentou que
as vendas externas devem diminuir o ritmo de crescimento no
segundo semestre, mas ainda assim vão superar o resultado de
igual período de 2003.
Na previsão do ministro, o preço das commodities no mercado
internacional não deve continuar
tão alto como no primeiro semestre, o que terá impacto no valor
das exportações. Além disso, ele
considera que a base de comparação -o segundo semestre de
2003- é alta. De julho a dezembro do ano passado, as vendas externas totalizaram US$ 40 bilhões.
Esforço
O desempenho do Brasil no comércio internacional, segundo o
ministro Furlan, é resultado do
esforço do governo e das empresas de promoverem os produtos
brasileiros no exterior.
Segundo ele, no primeiro semestre foram realizados 245
eventos no exterior para promover produtos brasileiros, contra
111 em igual período de 2003. A
participação de empresas nacionais nesses eventos quase dobrou.
"E nos anima essa mudança de
cultura que estamos presenciando, com as pequenas empresas se
engajando no esforço exportador", disse o ministro.
Furlan também estima que as
importações deverão aumentar
no segundo semestre, atingindo
US$ 60 bilhões no acumulado do
ano. Para o ministro, o aumento
nas importações de produtos é
normal e comprova que a economia brasileira está crescendo.
"Hoje, com o vigor do crescimento das exportações, há um espaço natural para o aumento das
importações. Alguns setores exportadores dependem de insumos importados para produzir."
Se as expectativas do ministro se
concretizarem, o saldo comercial
deste ano será de US$ 28 bilhões.
A previsão do Banco Central é
que a balança registre superávit
de US$ 24 bilhões em 2004, um
pouco abaixo dos US$ 24,8 bilhões observados em 2003.
De janeiro a junho, as três categorias de produtos exportados
pelo Brasil registraram valores recordes, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.
As vendas externas de manufaturados totalizaram US$ 23,023
bilhões, seguidas por produtos
básicos (US$ 13,663 bilhões) e pelos semimanufaturados (US$
5,950 bilhões).
Os principais produtos básicos
exportados no primeiro semestre
foram soja em grão e minério de
ferro, que renderam, respectivamente, US$ 3,032 bilhões e US$
2,080 bilhões.
Entre os manufaturados, os destaques ficaram com os embarques de aviões, que somaram US$
1,551 bilhão, e de automóveis (totalizaram US$ 1,454 bilhão).
Entre os semimanufaturados,
os principais itens exportados foram ferro/aço (US$ 921 milhões) e
celulose (US$ 832 milhões).
Os principais países que adquiriram os produtos brasileiros no
primeiro semestre foram os Estados Unidos, com compras no valor de US$ 8,812 bilhões, Argentina (US$ 3,281 bilhões) e China
(US$ 2,901 bilhões).
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