São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2004

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COMÉRCIO EXTERIOR

Saldo vai a US$ 15 bi, alta de 45% sobre o mesmo período de 2003; exportações e importações crescem

Superávit da balança é recorde no 1º semestre

IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE

A balança comercial brasileira registrou em junho superávit de US$ 3,810 bilhões, o maior saldo mensal da história. Nos seis primeiros meses deste ano, o saldo positivo já alcança o volume recorde de US$ 15,049 bilhões -resultado 45% superior ao do primeiro semestre do ano passado.
Tanto as exportações como as importações aumentaram no período. As vendas externas somaram US$ 43,306 bilhões no semestre, montante 31% superior ao do mesmo período de 2003. As importações ficaram em US$ 28,257 bilhões, o que mostrou um aumento de 25% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
O bom desempenho das vendas externas levou o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, a aumentar de US$ 83 bilhões para US$ 88 bilhões a previsão de exportações em 2004.
"Não podemos admitir que vamos jogar pelo empate daqui para a frente", disse o ministro sobre as exportações. Ele acrescentou que as vendas externas devem diminuir o ritmo de crescimento no segundo semestre, mas ainda assim vão superar o resultado de igual período de 2003.
Na previsão do ministro, o preço das commodities no mercado internacional não deve continuar tão alto como no primeiro semestre, o que terá impacto no valor das exportações. Além disso, ele considera que a base de comparação -o segundo semestre de 2003- é alta. De julho a dezembro do ano passado, as vendas externas totalizaram US$ 40 bilhões.

Esforço
O desempenho do Brasil no comércio internacional, segundo o ministro Furlan, é resultado do esforço do governo e das empresas de promoverem os produtos brasileiros no exterior.
Segundo ele, no primeiro semestre foram realizados 245 eventos no exterior para promover produtos brasileiros, contra 111 em igual período de 2003. A participação de empresas nacionais nesses eventos quase dobrou.
"E nos anima essa mudança de cultura que estamos presenciando, com as pequenas empresas se engajando no esforço exportador", disse o ministro.
Furlan também estima que as importações deverão aumentar no segundo semestre, atingindo US$ 60 bilhões no acumulado do ano. Para o ministro, o aumento nas importações de produtos é normal e comprova que a economia brasileira está crescendo.
"Hoje, com o vigor do crescimento das exportações, há um espaço natural para o aumento das importações. Alguns setores exportadores dependem de insumos importados para produzir."
Se as expectativas do ministro se concretizarem, o saldo comercial deste ano será de US$ 28 bilhões. A previsão do Banco Central é que a balança registre superávit de US$ 24 bilhões em 2004, um pouco abaixo dos US$ 24,8 bilhões observados em 2003.
De janeiro a junho, as três categorias de produtos exportados pelo Brasil registraram valores recordes, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.
As vendas externas de manufaturados totalizaram US$ 23,023 bilhões, seguidas por produtos básicos (US$ 13,663 bilhões) e pelos semimanufaturados (US$ 5,950 bilhões).
Os principais produtos básicos exportados no primeiro semestre foram soja em grão e minério de ferro, que renderam, respectivamente, US$ 3,032 bilhões e US$ 2,080 bilhões.
Entre os manufaturados, os destaques ficaram com os embarques de aviões, que somaram US$ 1,551 bilhão, e de automóveis (totalizaram US$ 1,454 bilhão).
Entre os semimanufaturados, os principais itens exportados foram ferro/aço (US$ 921 milhões) e celulose (US$ 832 milhões).
Os principais países que adquiriram os produtos brasileiros no primeiro semestre foram os Estados Unidos, com compras no valor de US$ 8,812 bilhões, Argentina (US$ 3,281 bilhões) e China (US$ 2,901 bilhões).


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