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Para empresas, tributo
emperra crescimento
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A elevada carga tributária é o
principal fator que emperra o
crescimento das empresas no
Brasil. A avaliação foi feita ontem
por empresários que integram o
Lide (Grupo de Líderes Empresariais), durante encontro em São
Paulo com o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini. Os líderes
das principais companhias privadas do país cobraram do governo
a redução dos impostos.
Em sondagem feita com 130
empresários, 71% avaliaram que a
tributação impede o crescimento
das indústrias -ou sete em cada
dez empresários. Outros 12% atribuíram ao baixo nível de procura
do mercado interno, 10%, ao cenário político, e 7%, aos juros.
"As empresas não conseguem
evoluir por causa da tributação.
No setor de serviços, fomos duramente afetados. O que vamos ter
de fazer é algo que nunca fizemos
nos últimos 40 anos: dispensar
funcionários", disse o presidente
da Maringá Turismo, Marcos Arbaitman. "O governo teve certa irresponsabilidade em aumentar a
Cofins de 3% para 7,6%. Estamos
pagando mais desde fevereiro."
Após ouvir as queixas dos empresários, o ministro do Trabalho
admitiu que o governo estuda rever a alíquota da Cofins, mas não
informou quando a revisão seria
feita. "O governo vem dizendo
que a alíquota foi fixada nesse valor a partir de estudos tributários.
Não há nenhuma posição do governo que indique desejo de aumentar a carga tributária."
Berzoini informou, entretanto,
que não há prazo definido para
fazer a revisão. "A carga tributária
será mantida no atual patamar até
o momento em que as condições
macroeconômicas permitam sua
redução."
O ministro também disse que o
governo estuda uma forma de reduzir a carga sobre a folha de pagamento das empresas. "A medida provisória da Cofins foi convertida em lei dando um prazo
para que o governo apresente um
projeto de lei que reduza a carga
da folha de pagamento, transferindo para outros fatores tributários. Pode ser sobre o faturamento, a CPMF ou para outros fatores
em estudo."
O custo da mão-de-obra foi criticado pelos empresários. "Quando discute as reformas [sindical e
trabalhista], o governo se preocupa com a precarização. Mas tem
de debater a universalização dos
direitos. Para isso, é necessário
discutir a flexibilização das leis
trabalhistas, com a redução do
custo da formalidade [registro em
carteira]", disse Emilson Alonso,
presidente do HSBC.
Na sondagem feita no encontro,
46% dos empresários informaram que pretendem criar empregos neste ano e 62% responderam
que a situação da empresa está
melhor do que em 2003. Em uma
escala de zero a dez, eles deram
nota 3,5 para a eficiência gerencial
do governo.
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