São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2004

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Para empresas, tributo emperra crescimento

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A elevada carga tributária é o principal fator que emperra o crescimento das empresas no Brasil. A avaliação foi feita ontem por empresários que integram o Lide (Grupo de Líderes Empresariais), durante encontro em São Paulo com o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini. Os líderes das principais companhias privadas do país cobraram do governo a redução dos impostos.
Em sondagem feita com 130 empresários, 71% avaliaram que a tributação impede o crescimento das indústrias -ou sete em cada dez empresários. Outros 12% atribuíram ao baixo nível de procura do mercado interno, 10%, ao cenário político, e 7%, aos juros.
"As empresas não conseguem evoluir por causa da tributação. No setor de serviços, fomos duramente afetados. O que vamos ter de fazer é algo que nunca fizemos nos últimos 40 anos: dispensar funcionários", disse o presidente da Maringá Turismo, Marcos Arbaitman. "O governo teve certa irresponsabilidade em aumentar a Cofins de 3% para 7,6%. Estamos pagando mais desde fevereiro."
Após ouvir as queixas dos empresários, o ministro do Trabalho admitiu que o governo estuda rever a alíquota da Cofins, mas não informou quando a revisão seria feita. "O governo vem dizendo que a alíquota foi fixada nesse valor a partir de estudos tributários. Não há nenhuma posição do governo que indique desejo de aumentar a carga tributária."
Berzoini informou, entretanto, que não há prazo definido para fazer a revisão. "A carga tributária será mantida no atual patamar até o momento em que as condições macroeconômicas permitam sua redução."
O ministro também disse que o governo estuda uma forma de reduzir a carga sobre a folha de pagamento das empresas. "A medida provisória da Cofins foi convertida em lei dando um prazo para que o governo apresente um projeto de lei que reduza a carga da folha de pagamento, transferindo para outros fatores tributários. Pode ser sobre o faturamento, a CPMF ou para outros fatores em estudo."
O custo da mão-de-obra foi criticado pelos empresários. "Quando discute as reformas [sindical e trabalhista], o governo se preocupa com a precarização. Mas tem de debater a universalização dos direitos. Para isso, é necessário discutir a flexibilização das leis trabalhistas, com a redução do custo da formalidade [registro em carteira]", disse Emilson Alonso, presidente do HSBC.
Na sondagem feita no encontro, 46% dos empresários informaram que pretendem criar empregos neste ano e 62% responderam que a situação da empresa está melhor do que em 2003. Em uma escala de zero a dez, eles deram nota 3,5 para a eficiência gerencial do governo.


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