São Paulo, quarta-feira, 02 de julho de 2008

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Associação prevê déficit em bens de capital

Os bens de capital sob encomenda podem registrar, em 2008, déficit na balança comercial pela primeira vez em cinco anos, segundo a Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base).
Bens de capital sob encomenda são máquinas e equipamentos fabricados para atender necessidades específicas de indústrias ou de empreendimentos, diferentemente das máquinas feitas em série.
A associação faz o alerta com base no resultado da importação e exportação do segmento até maio deste ano. No período, as exportações somaram US$ 2 bilhões, avanço de 34,5% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações alcançaram o valor de R$ 1,8 bilhão, o que representa um incremento de 64% ante os cinco primeiros meses de 2007.
O ritmo de crescimento das importações fez com que o saldo comercial do período fechasse em US$ 213 milhões -queda de 46,5% em relação aos mesmos meses de 2007.
Segundo a associação, o crescimento das importações começou a superar o avanço das exportações no ano passado, quando as compras do exterior tiveram incremento de 22,1% no ano, contra 0,65% das vendas para fora do país. Em 2006, o crescimento das exportações dos bens de capital sob encomenda havia sido de 19,5% comparado com 2005, e o das importações, de 13,1%.
Paulo Godoy, presidente da Abdib, diz que a valorização do real não é o único fator que afeta o saldo comercial. Segundo a associação, as indústrias brasileiras de máquinas sob encomenda perderam competitividade em razão da falta de investimentos em infra-estrutura por um longo período no país.
A desvantagem ocorre, principalmente, em relação à China. "Temos uma ineficiência competitiva enorme que a falta de escala", afirma Godoy.
Além da assimetria de escala, a Abdib diz que também atrapalham o setor a ausência de reformas que diminuam custos de transporte e a dificuldade de se obter financiamentos.

NO CANTEIRO DE OBRAS
A consultoria Jones Lang LaSalle quer aumentar a participação da sua divisão de projetos e obras no faturamento da empresa. A área é responsável por gerenciamento de empreendimentos desde a decisão de construir até a entrada em operação. A iniciativa faz parte de uma estratégia mundial da empresa para alavancar a divisão de projetos em todos os países em que atua. "De 2004 a 2007, a área ficou cinco vezes maior no Brasil", diz Guilherme Soares, diretor de projetos e obras da empresa. Em São Paulo, a Jones Lang fechou contrato para administrar obras da Tiffany & Co., da Russell Reynolds Associates e da agência Moody's.

Ritmo da indústria pode frear juros

A desaceleração econômica pode levar o Banco Central a fazer um aperto monetário menor do que o previsto. Ontem, o IBGE divulgou a produção industrial de maio, que caiu 0,5% em relação a abril -o que significou uma desaceleração maior do que as expectativas do mercado.
A tese de que o desaquecimento da economia possa fazer com que os juros subam menos é da LCA Consultores. A análise é que a redução na expansão da atividade permita que a economia tenha algum nível de ociosidade já nos próximos trimestres.
A LCA espera que a alta dos juros continue a ser de 0,5 ponto percentual -e não de 0,75, como alguns analistas prevêem. A estimativa é que a alta de juros pare em meados de 2009.
"À medida que o desaquecimento da atividade econômica vá ficando mais forte, o BC tende a temer levar a economia para um quadro de crescimento muito baixo", diz Francisco Pessoa, da LCA.

OLHO MÁGICO
O Ibope lança hoje um produto para empresas do setor de construção civil. A pesquisa Tendências Imobiliárias -feita no Rio e em São Paulo- mostrará os critérios do consumidor na escolha do imóvel, como características desejadas, regiões e forma de pagamento.

ALÔ CORPORATIVO
A penetração da telefonia móvel no segmento corporativo no Brasil é de apenas 37%, segundo levantamento do Instituto Ipsos encomendado pela Vivo. Entre as microempresas, 70% não têm soluções móveis, e entre as pequenas e médias o número é de 32%.


com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e DENYSE GODOY


Próximo Texto: Cesta básica tem aumento de até 52% em 12 meses
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.