São Paulo, quarta-feira, 02 de julho de 2008

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Bolsa inicia o semestre com queda de 2,49%

Bovespa passa a registrar perdas de 0,77% no ano; preocupação com inflação pesa

Em NY, Bolsa se recupera e avança 0,28% após a GM anunciar recuo nas vendas menor que o esperado; dólar sobe para R$ 1,605


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após o péssimo resultado de junho, a Bolsa de Valores de São Paulo começou este mês com desempenho desanimador. A recuperação do mercado acionário norte-americano no fim das operações não foi suficiente para dar novo ânimo à Bovespa, que terminou com perdas de 2,49%.
A queda de ontem levou a Bovespa a passar a registrar perdas em 2008, de 0,77%, e desceu aos 63.396 pontos.
O novo recorde alcançado pelo barril de petróleo, que encerrou vendido a US$ 140,97 em Nova York, em alta de 0,69%, foi uma das notícias negativas do dia. A apreciação do produto eleva os riscos de alta da inflação -uma das maiores preocupações no mundo hoje.
"A preocupação com os riscos representados pela inflação é o principal foco dos mercados atualmente. Hoje [ontem] especialmente o petróleo incomodou", diz Fausto Gouveia, analista da Win -"home broker" da Alpes Corretora.
Além do Brasil, os pregões foram bem ruins na Europa.
O índice FTSEurofirst 300, importante referência das ações européias, terminou com baixa de 2,1%, em seu pior nível desde 2005. A Bolsa de Londres teve perdas de 2,60%. Em Paris, houve baixa de 2,11%, e, em Frankfurt, queda de 1,60%. O setor bancário, que voltou a ser vítima de rumores sobre possíveis novas perdas contábeis no segundo trimestre, destacou-se na ponta de quedas na Europa.
Já o mercado dos EUA, após um começo ruim, recuperou-se no fim do dia. O índice Dow Jones, das 30 ações de maior liquidez, terminou com alta de 0,28%, depois de registrar perdas de 1,5% em seu momento mais fraco. A surpreendente expansão da atividade industrial nos EUA em junho, como mostrou pesquisa feita do instituto ISM, foi bem recebida.
Entre as empresas, a GM foi um dos destaques, com seus papéis subindo 2,17%, influenciados pelo anúncio de recuo nas vendas menor que o esperado. O depreciado setor financeiro viu alguns papéis se recuperarem ontem, como os da American Express (alta de 6,24%) e os do Lehman Brothers (5,81%).

Ajustes
Na queda da Bovespa ontem, segundo operadores do mercado, a venda de ações por fundos foi um fator relevante. Os gestores teriam estado mais ativos na ponta compradora nos últimos dias na tentativa de melhorarem o resultado de suas carteiras. Com o encerramento do semestre, o movimento foi alterado.
"E, se as ações da Petrobras não estivessem resistindo, a Bovespa estaria em níveis ainda mais baixos", diz Gouveia.
Apesar de não terem subido ontem, os papéis da petroleira terminaram o dia com baixa moderada, de 0,26% (ON) e 0,25% (PN).
Outras ações de grande negociação terminaram com quedas pesadas. Os papéis ordinários do Banco do Brasil tiveram baixa expressiva de 5,73%, sob reflexo da informação de que o CMN recomendou a elevação da participação dos estrangeiros no capital do banco.
As ações da Vale encerraram com baixas de 3,48% (PNA) e 4,16% (ON), com os investidores refletindo a informação de que a empresa pode comprar unidades da mineradora Paranapanema -cujas ações PN dispararam 10,81%.
Perdas mais fortes foram registradas por TAM PN (-7,48%) e Gol PN (-7,31%).
As ações que subiram não tiveram retorno muito expressivo. Entre os papéis do Ibovespa, apareceram no topo Cosan ON (1,76% de alta), Natura ON (1,21%) e Gerdau PN (0,49%).
O dólar subiu 0,5%, para ser vendido a R$ 1,605.


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