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Bancos abrem mais espaço para linhas com créditos de carbono
Santander tem 50 mi para financiar projetos; Bradesco avança em parceria
GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO
Os principais bancos do Brasil prestam cada vez mais atenção aos créditos de carbono,
certificados emitidos por projetos que reduzem a emissão de
gases do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global.
O Santander anunciou ontem o lançamento de linha de
50 milhões para a compra de
CER (sigla em inglês para Redução Certificada de Emissões) no Brasil, no Chile e no
México. Cada crédito equivale
a uma tonelada de CO2.
A linha funciona desta forma, relata o superintendente
Maurik Jehee: o Santander
compra os CERs, financiando
os projetos que vão resultar
nos créditos de carbono. Depois os revende para empresas
europeias, que podem usar os
certificados para compor as
metas de redução de emissões
de gases poluentes. As companhias têm compromissos individuais, estabelecidos segundo
a meta geral de cada país definida pelo Protocolo de Kyoto.
A atuação em créditos de
carbono integra a estratégia do
Santander na área de financiamentos para sustentabilidade,
diz Julio Bin, superintendente
de desenvolvimento da área.
O Bradesco, por sua vez, desde abril tem uma linha para financiar projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo), que respeitam critérios estabelecidos pelas Nações
Unidas, relata José Ramos Rocha Neto, superintendente-executivo da área de empréstimos e financiamentos.
O banco e o grupo japonês
Mitsubishi UFJ anunciaram,
há pouco mais de dois meses,
parceria que inclui a comercialização de créditos de carbono.
A Key Associados responde pela avaliação técnica dos projetos. Ao todo, o Bradesco dispõe
de 34 produtos, que chegam a
R$ 2,14 bilhões disponíveis para questões socioambientais.
O Itaú Unibanco e o Banco
do Brasil também contam com
projetos relacionados a créditos de carbono.
As duas instituições participaram dos leilões que a Prefeitura de São Paulo promoveu
para a venda de CERs gerados
por projetos de transformação
de gás em energia nos aterros
sanitários do município.
Dos 1.699 projetos de MDL
registrados na ONU, 159 estão
no Brasil, que fica atrás apenas
da China e da Índia. Nos últimos 12 meses, a cotação do
CER variou de 7,39 a 23,88,
de acordo com o Santander.
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