|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COMUNICAÇÕES
Objetivo é impedir que usuário em débito assine novo contrato
Operadoras de celular terão lista anticalote
FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília
As operadoras de telefonia celular do país vão montar um cadastro nacional de usuários inadimplentes para evitar a proliferação
do calote no setor, anunciou ontem a Acel (Associação Nacional
dos Prestadores de Serviço Móvel
Celular).
Com o cadastro, as operadoras
vão impedir que o usuário em débito com uma operadora assine
contrato com outra empresa.
Hoje, as empresas não podem recusar clientes que estão em outras
listas de inadimplência (como o
SPC, por exemplo). Com um cadastro próprio, elas querem driblar essa restrição determinada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
A Acel vai considerar inadimplente o usuário que ficar com sua
conta vencida por mais de 90 dias.
"Por enquanto, a inadimplência
não está assustando. Mas o assinante não pode ficar dando tombos sucessivos nas empresas", disse o presidente da Acel, Luiz Alberto Garcia, controlador do grupo
Algar (que possui as empresas
CTBC Telecom e ATL).
Segundo a Acel, o gasto médio
dos usuários de telefonia celular
no Brasil varia de R$ 80 a R$ 100
por mês. Garcia disse que a entidade está negociando com a Anatel
medidas adicionais de controle sobre usuários que estejam inadimplentes em relação a outros serviços. "Se ele estiver listado no SPC,
queremos exigir garantias adicionais ou estabelecer limites para sua
conta telefônica. É preciso haver
um controle sobre os maus pagadores", disse Antônio José Ribeiro
dos Santos, da Acel.
O presidente da Acel disse ainda
que as operadoras do setor estão
considerando a possibilidade de
lançar uma tarifa única válida para
todo o país. Cada empresa teria a
sua tarifa única, o que descaracterizaria a prática de cartel.
Com essa medida, acabariam os
degraus tarifários entre ligações
locais e de longa distância. As empresas acreditam que a perda de
receita pode ser compensada com
o aumento do número de ligações.
Uma medida semelhante já foi
tomada pela Telemig Celular (de
Minas Gerais): todas as ligações
feitas dentro do Estado possuem a
mesma tarifa.
O superintendente da operadora,
Luiz Gonzaga Leal, disse que a empresa reduziu em 50% suas tarifas.
Em compensação, o tráfego de
chamadas aumentou 20% desde
que a medida foi tomada.
FHC recebeu ontem a Acel para
comemorar a existência de 10 milhões de telefones celulares no
país. Em 94, o país possuía 800 mil
terminais de telefonia móvel.
Segundo a Acel, as 22 empresas
do setor têm hoje 15 mil empregos
diretos.
Texto Anterior: Opinião econômica - Mailson da Nóbrega: Maldito Plano Real Próximo Texto: Bandeirantes e Hipernet lançam provedor de acesso à Internet Índice
|