|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CARROS
ACM diz que mudança na lei, aprovada pelo Congresso, não será vetada
FHC não garante apoio aos incentivos à Ford na Bahia
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que não
assumiu compromisso de sancionar a lei que garante à Ford benefícios fiscais da União. Mas o presidente do Senado, Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA), garantiu a
sanção: ""Não vai haver veto".
O benefício à montadora depende da assinatura de FHC. O presidente tem 15 dias para sancionar
ou vetar a mudança na lei do regime automotivo aprovada pelo
Congresso para beneficiar a Ford.
O porta-voz do Planalto, Georges
Lamazière, disse que o presidente
não tem compromisso com a mudança e que o assunto será examinado ""à luz dos nossos compromissos no Mercosul e na Organização Mundial do Comércio".
Sem os incentivos, a Ford pode
suspender o projeto de US$ 1,3 bilhão. FHC também compraria
uma briga com o grupo político de
ACM. As concessões à Ford enfrentam, porém, resistências políticas fora da Bahia e ainda podem
ser contestadas por parceiros comerciais do país.
""A chance de veto é zero", avalia
o deputado José Carlos Aleluia
(PFL-BA), relator da mudança na
lei de incentivos fiscais que beneficia a Ford. ""O presidente está
preocupado com a geração de empregos", completou.
Desde o anúncio da instalação da
fábrica, no mês passado, FHC vem
emitindo sinais contraditórios sobre a negociação promovida pelo
grupo político de ACM.
O presidente não havia sido informado previamente sobre as
condições do negócio quando recebeu ACM e representantes da
Ford em audiência no Palácio do
Planalto para consumar o acordo.
Além de FHC, teriam se irritado
com a pressão pela concessão de
benefícios fiscais os ministros Pedro Malan (Fazenda) e Celso Lafer
(Desenvolvimento).
O grupo baiano contava com
uma brecha legal para beneficiar a
montadora, que havia perdido o
prazo de habilitação aos benefícios
do acordo automotivo.
O prazo para a habilitação de
empreendimentos candidatos aos
incentivos fiscais havia se esgotado
em 31 de maio de 1997. A saída foi
mudar a lei do acordo automotivo,
reabrindo o prazo até 31 de dezembro deste ano.
Anteontem, o ministro Pimenta
da Veiga (Comunicações), articulador político do governo, disse
que FHC comemorara a decisão da
Ford de instalar fábrica na Bahia.
No mesmo dia, FHC disse a pelo
menos um interlocutor que vetaria
a mudança na lei.
""Conversei com o ministro Lafer
e, no entendimento dele, não haverá problemas com a OMC (Organização Mundial do Comércio)",
disse Aleluia.
Texto Anterior: Luís Nassif: O calouro da Medicina Próximo Texto: Metalúrgicos acampam em frente do BNDES Índice
|