São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2008

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Para Meirelles, mercado já espera inflação menor

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que o mercado já conta com uma desaceleração da inflação a partir de 2009. Ele reforçou o compromisso da autoridade monetária de colocar o IPCA, o índice oficial de inflação, no centro da meta de 4,5% no próximo ano, como demonstrou a ata do Copom.
Meirelles lembrou que, após prever uma alta de 6,58% no IPCA para este ano, o mercado já vê taxa de 5% em 2009 e de 4,5% para 2010 e 2011.
"Quando os agentes econômicos fazem essas projeções, fazem baseados em uma expectativa de ação do Banco Central. Eles levam em conta que o BC não vai só assistir [a evolução da inflação]. É um sinal de que a autoridade monetária brasileira tem credibilidade."
Para Meirelles, os agentes econômicos esperam que, com "medidas adequadas" do BC, a inflação brasileira convirja para o centro da meta. "O compromisso anunciado pelo BC recentemente é o de que o nosso objetivo é trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% já para o próximo ano", disse ele, durante almoço do Rotary Club, em São Paulo.
O presidente do BC destacou o papel do aumento do preço das commodities na inflação mundial e afirmou que a China responde por uma parcela significativa do avanço da demanda internacional. "A China consome 36,8% da produção mundial de aço. Só que, do aumento da produção, a China é responsável por 68% [do consumo]. [O país] Era uma sociedade agrária, que agora absorve matéria-prima com uma velocidade impressionante. De fato, tem uma pressão internacional nos preços", disse Meirelles.
Em seu pronunciamento, o presidente do BC afirmou que o Brasil passa praticamente ileso pela crise financeira internacional, que prejudica mais os Estados Unidos e a Europa. Meirelles afirmou que a crise atual é a que mais trouxe perdas para o sistema financeiro.
Disse que a aversão geral ao risco aumentou significativamente no mundo, mas o risco brasileiro teve uma variação muito pequena no período.
Segundo ele, o mesmo foi sentido pela Bovespa, que ainda mantém um dos melhores desempenhos do mundo desde o início de 2007, seguido pela Bolsa de Hong Kong. Lembrou ainda que as ações do bancos brasileiros foram as que menos recuaram desde o início da crise, em julho de 2007. "O Brasil está cada vez menos vulnerável a problemas externos. O país é credor em dólares. Quando a moeda se desvaloriza, a dívida pública cai. É um mecanismo de segurança importante."


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