São Paulo, domingo, 02 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

entrevista

GM local opera acima da capacidade

DO ENVIADO ESPECIAL A XANGAI

A GM chinesa vive uma invejável dor de cabeça. "Crescemos rápido demais. Estamos trabalhando acima de nossa capacidade", disse à Folha o vice-presidente da Shanghai GM, o australiano Terry Johnsson.
Em junho, as vendas da GM chinesa subiram 60% em relação ao ano passado. No primeiro semestre, a GM, que tem parcerias com estatais chinesas, bateu um recorde: 814.442 veículos vendidos, um crescimento de 38% em relação ao mesmo período de 2008.
Há quem preveja que, dentro do projeto de reestruturação da matriz americana, a GM passe a importar de 20 mil a 50 mil veículos produzidos pela filial chinesa entre 2011 e 2013, em um negócio inédito. Johnsson não confirma. Leia trechos da entrevista abaixo.

 


CRISE E GOVERNO
O governo chinês decidiu que o PIB não poderia crescer menos de 6% e escolheu algumas indústrias para liderar essa retomada, e a automobilística foi uma delas. Há incentivos de todo tipo, para a compra de carros menores e menos poluidores e investimentos para pesquisa em energias alternativas. Esses são os carros que a China quer popularizar.


PAPARICADOS
A crise da GM americana não afeta a unidade chinesa. Na reestruturação, os ativos bons e os ativos ruins estão separados. O mercado na China cresce sem parar, então somos a unidade que mais gera dinheiro. Em um momento de crise, somos o ativo paparicado.


QUALIDADE
Nossos motores e peças já são exportados para os Estados Unidos, estamos no top 2 ou 3 entre as fábricas mundiais da GM. A qualidade tem padrão internacional. Fala-se de que exportaremos carros produzidos aqui para os EUA, mas temos que esperar. Os EUA precisam querer importar antes de nós querermos exportar.


NOVOS MERCADOS
As marcas locais, se ainda não são globais, já conseguem entrar com força no resto da Ásia, na África e na América Latina. A China já exporta 200 mil carros por ano.
O próximo passo é na inovação. A prioridade aqui será desenvolver um carro elétrico de baixo custo. A China não quer ficar dependente do petróleo. É sua política.


CULTURA
Parte do nosso sucesso é entender o consumidor chinês. Há características únicas. É um mercado raro em que muitos donos do carro só se sentam no banco traseiro por ter motorista. Enviamos vários engenheiros chineses em rodízio para outros países, gostamos de fomentar o aprendizado aqui.


Texto Anterior: Pirataria e insegurança atrapalham exportações
Próximo Texto: Fed minimizou em 2003 riscos da bolha imobiliária
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.