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Montadoras preveem falta de carros no mês
Proximidade do fim do IPI reduzido e agressividade no crédito devem levar à antecipação das compras
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A maior agressividade no
mercado de crédito e o fim da
isenção do IPI sobre os carros,
marcada para o final deste mês,
devem provocar novamente
falta de modelos nas concessionárias por conta da antecipação
das compras, afirma o setor.
O IPI volta a subir em outubro -a alíquota vai recuperar
um terço do que foi cortado; em
novembro haverá outra alta; e a
última será em dezembro.
Para André Beer, ex-presidente da Anfavea (associação
das montadoras) e consultor
automotivo, setembro deve dar
uma "arrancada" nas vendas.
Segundo Francisco Stefanel-
-li, diretor nacional de Vendas
da Chevrolet, é provável que
faltem modelos no mercado
neste mês, situação que já ocorreu em junho, também devido à
antecipação das compras.
"A demanda vai ser muito
forte em setembro. Se for para
comprar um carro, é melhor
comprar o quanto antes, para
não enfrentar fila de espera ou
ficar sem os opcionais desejados", afirma Stefanelli.
O presidente da Anfavea,
Jackson Schneider, também
alerta o consumidor para não
deixar para a última hora. "Pode eventualmente haver alguma falta nas revendas."
A taxa média de juros apurada em julho no setor automotivo chegou a 2,75%, o menor patamar da série histórica, de
acordo com Miguel de Oliveira,
vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Já o prazo
voltou a se alongar para até 80
meses no mercado.
"O setor voltou a ser bastante
agressivo na concessão de crédito", afirma Oliveira.
A GM, por exemplo, começou a oferecer a partir do último final de semana planos de
financiamento com prazo de 72
meses e juro mensal de 1,51%.
A Ford já trabalha com planos de 80 meses. "A ordem é
vender carro", diz Ivan Nakano, gerente de marketing de varejo da montadora.
Em agosto, os emplacamentos giraram a um ritmo menor
do que em julho, com vendas de
258.163 veículos -entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus-, uma queda de
9,56%, segundo dados da indústria automotiva. Ante agosto do ano passado, porém, as
vendas cresceram 5,47%.
Para o ano, a expectativa é
que o mercado bata o recorde
do ano passado, com o emplacamento de mais de 3 milhões
de unidades, diz Beer.
(PAULO DE ARAUJO)
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