|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BARRIL DE PÓLVORA
Tensão na Nigéria eleva cotação em Nova York; G7 diz que preços altos ameaçam economia mundial
Petróleo fecha pela 1ª vez acima de US$ 50
DA REDAÇÃO
O barril do petróleo fechou ontem cotado pela primeira vez acima de US$ 50 na Bolsa Mercantil
de Nova York, influenciado por
novas instabilidades na Nigéria,
um dos principais membros da
Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo).
O recorde ocorreu em meio a
um ambiente de preocupação dos
países mais ricos do mundo. A
questão foi uma das principais na
reunião do G7 em Washington.
Em comunicado após o encontro, ministros do G7 disseram que
os preços elevados "são um risco"
para a economia e pediram que os
produtores elevem a oferta para
assegurar que as cotações diminuam e também a racionalização
do consumo nos países.
Os contratos futuros, para entrega em novembro, tiveram valorização de 0,97%, negociados
no fim do pregão a US$ 50,12. O
recorde anterior nos 21 anos em
que a commodity é negociada em
Nova York havia sido registrado
na terça, com US$ 49,90.
Nesse mesmo dia, o barril chegou a ser vendido a US$ 50,47 nos
negócios eletrônicos pela manhã,
recorde "intraday" (que considera a variação durante o dia).
Em Londres, na Bolsa Internacional do Petróleo, de referência
na Europa, o barril do Brent encerrou a US$ 46,62 (+0,52%).
Ontem pela manhã, os mercados ficaram tensos com a notícia
de que rebeldes acusavam o governo nigeriano de ter desrespeitado um cessar-fogo acordado
dois dias antes. Eles ameaçavam
explodir uma instalação de gás
natural caso fossem atacados.
A ameaça não se materializou,
mas já havia sido o suficiente para
inverter uma tendência de baixa
que se desenhava na abertura da
sessão em Nova York. Mais tarde,
a confirmação de que a produção
no golfo do México, atingida no
mês passado pelo furacão Ivan,
ainda permanece cerca de 30%
abaixo dos níveis normais manteve os preços elevados. A região
responde por mais de um quarto
da produção americana.
Mas, se considerada a inflação,
as cotações ainda ficam distantes
dos valores do início dos anos 80,
época da revolução islâmica no
Irã, quando o barril chegou a US$
80 em valores corrigidos.
Mais transparência
Pela manhã, em Washington, o
ministro de Finanças do Reino
Unido, Gordon Brown, defendeu
a melhoria das estatísticas de produção e consumo da commodity
como forma de reduzir especulações. A ação de investidores é
apontada por analistas como uma
das razões para o aumento dos
preços. Somente neste ano, a alta
acumulada já chega a 52,9%.
"Se os preços altos se mantiverem, as conseqüências poderão
ser mais sérias, com a queda da
confiança e o aumento das pressões inflacionárias", disse o ministro, para quem "a pouca qualidade das informações contribui
para a volatilidade e a incerteza".
Com agências internacionais
Texto Anterior: Crise no ar: Infraero ameaça punir Vasp por dívida atrasada Próximo Texto: Frase Índice
|