|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Preço do gás boliviano deverá ter alta de 8%
Petrobras não confirma, mas reajuste poderá ser anunciado nesta semana
Aumento terá impacto
nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras reajustará o preço do gás natural importado da
Bolívia entre 8% e 8,5% até o final desta semana, segundo distribuidoras ouvidas pela Folha.
O gás passará a custar cerca de
US$ 6 o milhão de BTU (unidade de medida de calor), maior
valor desde que a estatal começou a trazer o produto da Bolívia, no final da década de 90.
O percentual exato de aumento não foi fechado ainda,
mas as distribuidoras já foram
informadas pela estatal de que
o reajuste passará a vigorar nos
próximos dias. O último reajuste do gás boliviano ocorreu
há três meses -alta de 7%.
Oficialmente, a Petrobras
não confirmou o reajuste até a
conclusão desta edição, embora autoridades da Bolívia tenham se manifestado publicamente sobre o aumento ontem.
Mas a Folha confirmou a informação com distribuidoras.
O presidente da Sulgás (distribuidora do Rio Grande do
Sul, controlada pelo Estado e
pela Petrobras), Artur Lorentz,
disse que a empresa não foi notificada pela Petrobras, mas recebeu "sinalizações" de que o
aumento ficará ao redor de 8%.
O preço do gás boliviano é
corrigido trimestralmente. A
Petrobras aplica, ao final de cada trimestre, uma fórmula de
reajuste que considera a variação cambial e o custo de uma
cesta de óleos combustíveis
(derivado de petróleo substituto do gás na indústria). De
acordo com essas variáveis, o
preço pode subir ou baixar.
Repasse
O reajuste terá impacto em
seis Estados -São Paulo, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul,
Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. Cada Estado,
porém, por meio de suas agências reguladoras, tem o poder
de conceder ou não o repasse
do aumento do preço do gás.
A tendência dos órgãos reguladores é sempre conter os reajustes ao consumidor final -ou
até impedir qualquer repasse.
Lorentz disse que a Sulgás
pretende absorver o aumento
sem repassá-lo aos clientes.
"Não corrigimos os preços desde julho do ano passado. Conseguimos segurar por causa do
câmbio. Vamos tentar manter
os preços, mas, desta vez, será
mais difícil. De todo modo, a intenção é acabar o ano sem aumento", afirmou o executivo.
Em São Paulo, os aumentos
são regulados pela CSPE (Comissão de Serviços Públicos de
Energia). Ninguém da agência
foi localizado no início da noite
de ontem, mas tradicionalmente o órgão procura abrandar os
reajustes.
Texto Anterior: Vaivém das commodities Próximo Texto: Combustíveis: ANP vê pequeno recuo em gasolina e álcool em setembro Índice
|