São Paulo, terça-feira, 02 de outubro de 2007

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Preço do gás boliviano deverá ter alta de 8%

Petrobras não confirma, mas reajuste poderá ser anunciado nesta semana

Aumento terá impacto nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras reajustará o preço do gás natural importado da Bolívia entre 8% e 8,5% até o final desta semana, segundo distribuidoras ouvidas pela Folha. O gás passará a custar cerca de US$ 6 o milhão de BTU (unidade de medida de calor), maior valor desde que a estatal começou a trazer o produto da Bolívia, no final da década de 90.
O percentual exato de aumento não foi fechado ainda, mas as distribuidoras já foram informadas pela estatal de que o reajuste passará a vigorar nos próximos dias. O último reajuste do gás boliviano ocorreu há três meses -alta de 7%.
Oficialmente, a Petrobras não confirmou o reajuste até a conclusão desta edição, embora autoridades da Bolívia tenham se manifestado publicamente sobre o aumento ontem. Mas a Folha confirmou a informação com distribuidoras.
O presidente da Sulgás (distribuidora do Rio Grande do Sul, controlada pelo Estado e pela Petrobras), Artur Lorentz, disse que a empresa não foi notificada pela Petrobras, mas recebeu "sinalizações" de que o aumento ficará ao redor de 8%.
O preço do gás boliviano é corrigido trimestralmente. A Petrobras aplica, ao final de cada trimestre, uma fórmula de reajuste que considera a variação cambial e o custo de uma cesta de óleos combustíveis (derivado de petróleo substituto do gás na indústria). De acordo com essas variáveis, o preço pode subir ou baixar.

Repasse
O reajuste terá impacto em seis Estados -São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Cada Estado, porém, por meio de suas agências reguladoras, tem o poder de conceder ou não o repasse do aumento do preço do gás.
A tendência dos órgãos reguladores é sempre conter os reajustes ao consumidor final -ou até impedir qualquer repasse.
Lorentz disse que a Sulgás pretende absorver o aumento sem repassá-lo aos clientes. "Não corrigimos os preços desde julho do ano passado. Conseguimos segurar por causa do câmbio. Vamos tentar manter os preços, mas, desta vez, será mais difícil. De todo modo, a intenção é acabar o ano sem aumento", afirmou o executivo.
Em São Paulo, os aumentos são regulados pela CSPE (Comissão de Serviços Públicos de Energia). Ninguém da agência foi localizado no início da noite de ontem, mas tradicionalmente o órgão procura abrandar os reajustes.


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