São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2008

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Tesouro pode "emprestar" para o pré-sal, afirma Lobão

Governo adia anúncio de decisão sobre exploração

DA SUCURSAL DO RIO

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem não estar preocupado com o financiamento à exploração e à produção nas descobertas de petróleo do pré-sal. Se faltarem recursos, o Tesouro poderá fazer um "empréstimo" à Petrobras, afirmou.
Para Lobão, criar uma nova estatal é a melhor alternativa a ser adotada como modelo de exploração das novas áreas.
Indagado se a União vai capitalizar a Petrobras, o ministro respondeu: "Não. Poderia ser empréstimo do Tesouro mesmo". Lobão não detalhou a operação nem qual o papel do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no financiamento da exploração do pré-sal.
Segundo o presidente do Conselho Empresarial de Energia da Firjan, Armando Guedes, ex-Petrobras e Suzano Petroquímica, são necessários US$ 144 bilhões apenas para desenvolver os projetos dos campos de Tupi e Iara. Somente nessas duas áreas a estatal fez estimativas de reservas -de até 8 bilhões e de até 4 bilhões de barris, respectivamente.
A cifra supera os recursos destinados a todo o plano de investimento da companhia de 2008 a 2012: US$ 112 bilhões. "É um valor gigantesco. Certamente, a Petrobras terá de ser capitalizada", disse Guedes.

Depois do segundo turno
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu deixar para depois do segundo turno das eleições municipais a definição da proposta de mudança nas regras de exploração de petróleo no país. O governo quer evitar contaminar politicamente a discussão e ser acusado de tentar tirar proveito do tema.
Ontem, a comissão interministerial criada para apresentar ao presidente um novo modelo voltou a se reunir e discutiu as cinco propostas elaboradas pela equipe técnica.
Apesar de ter deixado a definição para depois das eleições, a tendência dentro do governo é adotar dois modelos diferentes no país. Um para as áreas já leiloadas, no qual seria mantido o esquema atual de concessões.
O segundo modelo seria adotado nas áreas ainda em poder da União. Para gerenciar a riqueza dessas áreas, o governo deve criar uma nova empresa, que contrataria petroleiras para fazer a exploração nesses campos. (PEDRO SOARES)


Colaborou a Sucursal de Brasília


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