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Tesouro pode "emprestar" para o pré-sal, afirma Lobão
Governo adia anúncio de decisão sobre exploração
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem
não estar preocupado com o financiamento à exploração e à
produção nas descobertas de
petróleo do pré-sal. Se faltarem
recursos, o Tesouro poderá fazer um "empréstimo" à Petrobras, afirmou.
Para Lobão, criar uma nova
estatal é a melhor alternativa a
ser adotada como modelo de
exploração das novas áreas.
Indagado se a União vai capitalizar a Petrobras, o ministro
respondeu: "Não. Poderia ser
empréstimo do Tesouro mesmo". Lobão não detalhou a operação nem qual o papel do
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) no financiamento da exploração do pré-sal.
Segundo o presidente do
Conselho Empresarial de
Energia da Firjan, Armando
Guedes, ex-Petrobras e Suzano
Petroquímica, são necessários
US$ 144 bilhões apenas para
desenvolver os projetos dos
campos de Tupi e Iara. Somente nessas duas áreas a estatal
fez estimativas de reservas -de
até 8 bilhões e de até 4 bilhões
de barris, respectivamente.
A cifra supera os recursos
destinados a todo o plano de investimento da companhia de
2008 a 2012: US$ 112 bilhões.
"É um valor gigantesco. Certamente, a Petrobras terá de ser
capitalizada", disse Guedes.
Depois do segundo turno
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu deixar para
depois do segundo turno das
eleições municipais a definição
da proposta de mudança nas
regras de exploração de petróleo no país. O governo quer evitar contaminar politicamente a
discussão e ser acusado de tentar tirar proveito do tema.
Ontem, a comissão interministerial criada para apresentar
ao presidente um novo modelo
voltou a se reunir e discutiu as
cinco propostas elaboradas pela equipe técnica.
Apesar de ter deixado a definição para depois das eleições,
a tendência dentro do governo
é adotar dois modelos diferentes no país. Um para as áreas já
leiloadas, no qual seria mantido
o esquema atual de concessões.
O segundo modelo seria adotado nas áreas ainda em poder
da União. Para gerenciar a riqueza dessas áreas, o governo
deve criar uma nova empresa,
que contrataria petroleiras para fazer a exploração nesses
campos.
(PEDRO SOARES)
Colaborou a Sucursal de Brasília
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