São Paulo, sexta-feira, 02 de outubro de 2009

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Venda de carros sobe 20% no último mês de IPI menor

308 mil veículos foram emplacados em setembro, maior resultado num mês

Anteontem, último dia de desoneração cheia, 26 mil veículos foram vendidos; até setembro, alta nas vendas é de 4,22%


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As vendas de veículos bateram recorde mensal em setembro, impulsionadas pela antecipação de compras no último mês antes do retorno gradual da alíquota do IPI.
Foram emplacados no mês passado 308.760 veículos -entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus-, o que representa uma alta de 19,6% em relação a agosto e de 14,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com dados da indústria automotiva.
Só anteontem, último dia do IPI menor, foram vendidos 26.159 unidades. Foi o melhor resultado da indústria automotiva para um único dia.
Com o resultado de setembro, as montadoras acumulam no ano vendas de 2,3 milhões de veículos, uma alta de 4,22% em relação a igual período do ano passado.
Para David Wong, especialista do setor automotivo da consultoria Kaiser Associates, a corrida às concessionárias em setembro deveu-se especialmente à forte ação de marketing das montadoras. "Todas falavam que o imposto ia aumentar, mas creio que muitas pessoas não estavam informadas de que essa alta seria gradual", afirmou.
Apenas parte da alíquota foi recomposta. Para carros 1.0, por exemplo, o imposto subiu de zero para 1,5% a partir de ontem. Haverá novas elevações nos próximos meses, até a alíquota voltar a 7%, seu patamar normal, em janeiro de 2010.
Com a alta de ontem, um carro básico na faixa de R$ 25 mil poderá ter um reajuste de R$ 400, segundo estimativa do consultor da indústria automotiva e ex-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), André Beer. Em janeiro, quando o imposto voltar à normalidade, os carros dessa faixa de preço podem ter elevação de até R$ 2 mil.
"As montadoras não têm margens para absorver essa alta, mesmo porque há outras pressões de custo, como o aumento no aço e o próprio programa de investimentos, que está agressivo", disse Beer.
Com a demanda forte em setembro, a indústria e as concessionárias tiveram seus estoques esvaziados, o que explica a falta mais generalizada de modelos nas revendas nos últimos dias. Isso deve diminuir a propensão do mercado a oferecer descontos, disse Wong.
O presidente da Fiat, Cledorvino Belini, disse, porém, que a volta do IPI não deve resultar em uma queda expressiva no mercado de automóveis. Para ele, o crescimento da economia e a expectativa de queda de juros devem estimular o consumo. Mas Belini reconhece que dificilmente a marca de setembro será superada.
(PAULO DE ARAUJO)
Colaborou a Sucursal do Rio



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