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Venda de carros sobe 20% no último mês de IPI menor
308 mil veículos foram emplacados em setembro, maior resultado num mês
Anteontem, último dia de desoneração cheia, 26 mil veículos foram vendidos; até setembro, alta nas vendas é de 4,22%
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As vendas de veículos bateram recorde mensal em setembro, impulsionadas pela antecipação de compras no último
mês antes do retorno gradual
da alíquota do IPI.
Foram emplacados no mês
passado 308.760 veículos -entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus-, o
que representa uma alta de
19,6% em relação a agosto e de
14,9% na comparação com o
mesmo mês do ano passado, de
acordo com dados da indústria
automotiva.
Só anteontem, último dia do
IPI menor, foram vendidos
26.159 unidades. Foi o melhor
resultado da indústria automotiva para um único dia.
Com o resultado de setembro, as montadoras acumulam
no ano vendas de 2,3 milhões
de veículos, uma alta de 4,22%
em relação a igual período do
ano passado.
Para David Wong, especialista do setor automotivo da consultoria Kaiser Associates, a
corrida às concessionárias em
setembro deveu-se especialmente à forte ação de marketing das montadoras. "Todas
falavam que o imposto ia aumentar, mas creio que muitas
pessoas não estavam informadas de que essa alta seria gradual", afirmou.
Apenas parte da alíquota foi
recomposta. Para carros 1.0,
por exemplo, o imposto subiu
de zero para 1,5% a partir de ontem. Haverá novas elevações
nos próximos meses, até a alíquota voltar a 7%, seu patamar
normal, em janeiro de 2010.
Com a alta de ontem, um carro básico na faixa de R$ 25 mil
poderá ter um reajuste de R$
400, segundo estimativa do
consultor da indústria automotiva e ex-presidente da Anfavea
(Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), André Beer. Em janeiro,
quando o imposto voltar à normalidade, os carros dessa faixa
de preço podem ter elevação de
até R$ 2 mil.
"As montadoras não têm
margens para absorver essa alta, mesmo porque há outras
pressões de custo, como o aumento no aço e o próprio programa de investimentos, que
está agressivo", disse Beer.
Com a demanda forte em setembro, a indústria e as concessionárias tiveram seus estoques esvaziados, o que explica a
falta mais generalizada de modelos nas revendas nos últimos
dias. Isso deve diminuir a propensão do mercado a oferecer
descontos, disse Wong.
O presidente da Fiat, Cledorvino Belini, disse, porém, que a
volta do IPI não deve resultar
em uma queda expressiva no
mercado de automóveis. Para
ele, o crescimento da economia
e a expectativa de queda de juros devem estimular o consumo. Mas Belini reconhece que
dificilmente a marca de setembro será superada.
(PAULO DE ARAUJO)
Colaborou a Sucursal do Rio
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