São Paulo, quinta-feira, 02 de novembro de 2006

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Mercado Aberto

@ - Guilherme Barros Skaf defende Mantega e ataca política de juros de Meirelles

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, considerou pretensiosa a declaração do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, de que o efeito da política monetária sobre a inflação também contribuiu para a reeleição de Lula.
Na opinião de Meirelles, a queda da inflação melhorou o padrão de vida da população e isso foi importante para a vitória de Lula. "É muita pretensão dele [Meirelles] achar que os méritos da vitória de Lula são seus", diz Skaf.
Skaf acha exatamente o contrário. Para ele, Lula poderia ter vencido a eleição no primeiro turno não fossem os exageros da política monetária. "O equívoco da equipe do BC foi que levou as eleições para o segundo turno", diz ele.
Segundo o presidente da Fiesp, Lula foi eleito por seu carisma e por seus méritos na condução de muitos programas do governo. Skaf reconhece muitos avanços, como a queda do risco-país, mas não poupa os baixos índices de crescimento, e o responsável, a seu ver, foi o Banco Central.
Para Skaf, no segundo mandato, Lula tem de perseguir o crescimento de forma obsessiva, e, para isso, ele precisa escolher um ministério afinado com esse objetivo. O presidente da Fiesp defende a permanência de Guido Mantega, que está alinhado com esses objetivos, mas não diz o mesmo no caso da atual diretoria do BC. "O país não pode ter medo do crescimento, e toda a equipe do governo tem que estar focada nesse objetivo", diz Skaf.
Skaf, que recomenda abertamente a troca da diretoria do BC, diz que, ao defender essa obsessão ao crescimento, não está propondo nenhuma aventura. "Aventura é pagar R$ 160 bilhões de juros e deixar de criar 3 milhões de empregos."
Para Skaf, a inflação está controlada, na faixa de 3% ao ano, e o país não pode aceitar taxas de crescimento de 2,3% do ano passado e abaixo de 3% neste ano. Ele diz que o Brasil tem condições de crescer de 5% a 6% ao ano, e só não o faz porque há burocratas no governo, referindo-se ao BC, que têm visão estreita sobre o crescimento. "O governo precisa de pessoas certas nos lugares certos."

NA BULA
A drogaria Onofre se prepara para abrir sua maior loja ainda este ano. Em São Paulo, a quarta "megastore" da rede vai ocupar cerca de 1.000 m2 em uma esquina da avenida Paulista. A drogaria também segue com seu processo de reinauguração de algumas unidades. Até o final de 2007, dez lojas terão sido reformadas com projetos de arquitetura e paisagismo assinados por João Armentano e Gilberto Elkis. No mês passado, as unidades da Cidade Jardim e do Morumbi, em São Paulo, foram reabertas com novo layout. "As lojas têm em média dez anos. Para manter o padrão da rede, consideramos que já é tempo de fazer uma remodelagem completa", afirma Marcos Arede, diretor comercial da Onofre. Com mais de 70 anos e cerca de 1.200 funcionários, a drogaria possui 32 unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro.

NOVA DIREÇÃO
Ramatis Rodrigues vai ocupar o cargo de novo diretor-executivo comercial de alimentos do Pão de Açúcar, ao lado de Cássio Casseb, presidente do grupo. No comércio varejista, Rodrigues já passou pela vice-presidência de empresas como C&A, Bompreço e Sonae.

CAPTAÇÃO
O HSBC alcançou, nesta semana, a marca de captação de US$ 1 bilhão de seu fundo "offshore" Brasil, que atrai recursos de investidores institucionais no exterior para aplicações na Bovespa, com a gestão da área de "asset management" do banco no país.
CONSTRUÇÃO
O nível de emprego da construção pesada registrou queda de 1,64% em setembro, com a demissão de 557 trabalhadores, em relação a agosto. Segundo o Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada), no acumulado dos últimos 12 meses, houve uma redução de 0,42%. Em setembro de 2005, o setor empregava 33.619 trabalhadores. Em setembro deste ano, as empresas do Sinicesp contabilizaram 33.478 empregados. Em agosto de 2006, eram 34.035 trabalhadores empregados. Quando o estudo começou a ser feito, em 1987, o setor empregava mais de 130 mil pessoas.

Livro retrata intimidades da vida de Kasinsky
Sai nos próximos dias a biografia não-encomendada de um dos empresários mais conhecidos do país, Abraham Kasinsky, fundador da Cofap, que acaba de fazer 89 anos. Chama-se "Kasinsky, Um Gênio Movido a Paixão" (Geração Editorial, 613 páginas). O livro conta, em detalhes, que foi uma briga de Kasinsky com os filhos que levou o empresário a vender a Cofap em 1997 para a italiana Magneti Marelli. Ele vendeu com lágrimas nos olhos. Outro ponto alto do livro é sua vida amorosa, também contada com riqueza de detalhes. A autora Maria Lucia Doretto, sua secretária por 29 anos, conta a vida de Kasinsky, sob a forma de romance, desde a chegada dos pais, imigrantes russos, ao Brasil, passando pela juventude pobre, a paixão por motos e a relação com a política. Para isso, entrevistou seus admiradores e desafetos. O volume tem prefácio de Washington Olivetto, publicitário responsável pela adoção do cachorro daschund, o "lingüiça", nos comerciais da empresa.


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