São Paulo, sexta-feira, 02 de novembro de 2007

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CVM analisa a compra da Eleva pela Perdigão

Órgão diz que se trata de uma "verificação normal"

DA SUCURSAL DO RIO

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) está investigando a compra da Eleva Alimentos pela Perdigão, anunciada na terça-feira. A CVM apura a possibilidade de ter havido uso de informação privilegiada.
A comissão disse que se trata de uma uma "verificação preliminar", procedimento padrão e obrigatório da Superintendência de Relações com o Mercado para qualquer evento societário dessa natureza.
"Trata-se de uma verificação normal para ver se houve qualquer diferença que possa chamar mais a atenção e ver se ela se explica em função do mercado. Não é sequer investigação. A CVM não pode sequer afirmar que há indício de qualquer ilícito ou de que houve movimentos atípicos do mercado", disse o procurador-chefe da CVM, Alexandre Pinheiro dos Santos.
A suspeita se deve ao fato de que as ações da Eleva passaram a subir de maneira constante a partir de julho, ao mesmo tempo em que o Índice Bovespa (Ibovespa) caía. Os papéis da Eleva se valorizaram 20,2%, enquanto o índice caiu 2,15%. As ações da Perdigão também caíram 5,3%, mas, no início do mês passado, subiram quase 10%, quando o Ibovespa subiu 1,48%. Em 18 de outubro, Perdigão e Eleva anunciaram "eventual fusão".
De acordo com sua assessoria de imprensa, a fiscalização e o acompanhamento do mercado são exatamente as funções da CVM, e portanto investigações são "corriqueiras".
A autarquia tem o direito de requisitar, a qualquer momento, esclarecimentos sobre operações a participantes do mercado. Segundo a CVM, o fato de haver uma apuração do gênero não significa necessariamente irregularidade, mas é indício de "movimento atípico do mercado", o que pode ser influenciado por uma série de fatores.
"Diferentemente de casos anteriores [Ipiranga e Suzano, quando houve bloqueios judiciais], não é hoje possível falar em indício de ilícito", disse Santos. Caso sejam identificadas irregularidades, cria-se comissão de inquérito na CVM.
A Perdigão e a Eleva informaram estar em "período de silêncio", obrigatório por conta da fusão e que só a CVM comentaria o assunto.


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