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TRABALHO
Marinho defende reajuste do mínimo ligado ao crescimento
CLARICE SPITZ
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
O ministro do Trabalho,
Luiz Marinho, defendeu ontem a vinculação do reajuste
do salário mínimo ao desempenho da economia. Em sua
visão, isso garantiria uma recuperação do poder de compra de longo prazo e se traduziria em maior previsibilidade para o governo.
Marinho, no entanto, não
definiu como seria esse mecanismo de vinculação. "Pode ser um PIB cheio ou um
pedaço do PIB mais alguma
coisa. A negociação é que vai
determinar", afirmou.
A vinculação valeria a partir de 2008 e seria revisada a
cada quatro anos. A proposta
não seria aplicada no reajuste do próximo ano e ainda será discutida com as centrais
sindicais e com o governo.
"Se houver previsibilidade,
ela [a mudança] é boa para
todo mundo, como o mercado de trabalho e os setores
públicos, que iriam trabalhar
com uma regra preestabelecida", declarou.
Sobre a correção da tabela
do Imposto de Renda, o ministro disse que o percentual
de reajuste ainda não foi discutido com as centrais sindicais. "A negociação do IR deve ser feita também com as
centrais sindicais, o governo
ainda não fez. O reajuste de
3% é uma discussão que Planejamento e Fazenda fizeram com o Congresso Nacional", afirmou.
As centrais pediram uma
correção de 7,7%, referentes
à reposição da inflação no governo Lula. O ministro da
Fazenda, Guido Mantega,
que havia dito que a correção
da tabela do IR não era prioridade, recuou e disse que o
índice pode ser de 3%, de
acordo com uma proposta
feita pelo relator do Orçamento, senador Valdir
Raupp (PMDB-RO).
Marinho atribuiu o baixo
crescimento econômico brasileiro a "uma política monetária conservadora".
Na opinião dele, é importante olhar para o ano de
2007, em vez de lamentar o
resultado da economia no
terceiro trimestre deste ano,
que cresceu 0,5% em relação
ao trimestre anterior.
"Vamos crescer em 2007
mais do que crescemos em
2006, certamente. Esta é
uma convicção do presidente
Lula e do governo. Estamos
criando todas as condições e
tomando todas as medidas
nesse sentido."
De acordo com o ministro,
a visão de distribuição de
renda com que o governo
tem trabalhado potencializou a geração de empregos e
melhorou o perfil do mercado de trabalho.
"Os empregos formais estão crescendo numa velocidade muito maior do que o
crescimento da economia
brasileira", disse.
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