São Paulo, sábado, 02 de dezembro de 2006

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TRABALHO

Marinho defende reajuste do mínimo ligado ao crescimento

CLARICE SPITZ
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defendeu ontem a vinculação do reajuste do salário mínimo ao desempenho da economia. Em sua visão, isso garantiria uma recuperação do poder de compra de longo prazo e se traduziria em maior previsibilidade para o governo.
Marinho, no entanto, não definiu como seria esse mecanismo de vinculação. "Pode ser um PIB cheio ou um pedaço do PIB mais alguma coisa. A negociação é que vai determinar", afirmou.
A vinculação valeria a partir de 2008 e seria revisada a cada quatro anos. A proposta não seria aplicada no reajuste do próximo ano e ainda será discutida com as centrais sindicais e com o governo.
"Se houver previsibilidade, ela [a mudança] é boa para todo mundo, como o mercado de trabalho e os setores públicos, que iriam trabalhar com uma regra preestabelecida", declarou.
Sobre a correção da tabela do Imposto de Renda, o ministro disse que o percentual de reajuste ainda não foi discutido com as centrais sindicais. "A negociação do IR deve ser feita também com as centrais sindicais, o governo ainda não fez. O reajuste de 3% é uma discussão que Planejamento e Fazenda fizeram com o Congresso Nacional", afirmou.
As centrais pediram uma correção de 7,7%, referentes à reposição da inflação no governo Lula. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que havia dito que a correção da tabela do IR não era prioridade, recuou e disse que o índice pode ser de 3%, de acordo com uma proposta feita pelo relator do Orçamento, senador Valdir Raupp (PMDB-RO).
Marinho atribuiu o baixo crescimento econômico brasileiro a "uma política monetária conservadora".
Na opinião dele, é importante olhar para o ano de 2007, em vez de lamentar o resultado da economia no terceiro trimestre deste ano, que cresceu 0,5% em relação ao trimestre anterior.
"Vamos crescer em 2007 mais do que crescemos em 2006, certamente. Esta é uma convicção do presidente Lula e do governo. Estamos criando todas as condições e tomando todas as medidas nesse sentido."
De acordo com o ministro, a visão de distribuição de renda com que o governo tem trabalhado potencializou a geração de empregos e melhorou o perfil do mercado de trabalho.
"Os empregos formais estão crescendo numa velocidade muito maior do que o crescimento da economia brasileira", disse.


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