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BNDES oferecerá R$ 6 bi para capital de giro das empresas
Financiamentos servirão para ajudar empresários a contornar escassez de crédito
Empréstimo vai ter juros subsidiados e será destinado principalmente a micro, pequenas e médias empresas; programa durará 13 meses
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Para contornar a secura de
crédito provocada pela crise, o
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) lançou ontem uma linha de financiamento, no valor
de R$ 6 bilhões, cujo objetivo é
prover capital de giro especialmente a micro, pequenas e médias empresas.
Os juros serão subsidiados,
com taxa máxima de 20,05% ao
ano -dos quais até 4% correspondem ao "spread" dos bancos privados que vão repassar
os recursos. Para micro, pequenas e médias empresas, o juro é
mais baixo: 19,15%.
Segundo Luciano Coutinho,
presidente do BNDES, as taxas
são bem menores do que as
praticadas no mercado, que oscilam de 35% a 45% ao ano para
a modalidade de financiamento
de capital de giro. "É uma taxa
bastante competitiva."
O programa de financiamento terá duração de 13 meses a
contar de agora. Os empréstimos são limitados a R$ 50 milhões por empresa -ou até
20% do faturamento da firma
que pedir o empréstimo. Há
ainda um período de carência
de cinco meses.
Batizada de PEC (Programa
Especial de Crédito), a linha de
crédito é temporária e tem como objetivo compensar a falta
de crédito ocasionada pela crise
internacional. "Há um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de crédito, que cresceu muito. E o governo está tomando as
medidas para amenizar essa situação", disse Coutinho.
O dinheiro para compor a linha de crédito tem origem na
liberação dos depósitos compulsórios, medida tomada pelo
Banco Central para ampliar os
financiamentos bancários e injetar liquidez na economia.
Para Coutinho, o crédito não
desapareceu completamente.
Ao contrário, diz, até cresceu,
mas num ritmo insuficiente
para suprir toda a demanda por
crédito. É que, por conta do fechamento de linhas do exterior
devido à crise, mais empresas
buscaram crédito no mercado
doméstico. "O crédito ficou caro e escasso. Houve um deslocamento da demanda por crédito do mercado externo para o
mercado interno", afirmou.
Na visão de Coutinho, a atuação dos bancos públicos é fundamental para recompor o crédito e evitar uma explosão das
taxas de juros, que já subiram
em razão da restrição dos financiamentos.
Outras linhas
O BC autorizou o BNDES a
utilizar R$ 10 bilhões do compulsório. Os outros R$ 4 bilhões que não integram a linha
de capital de giro são destinados a duas outras modalidades
de financiamento: uma para
empréstimos-ponte a projetos
de infra-estrutura e a outra para financiar exportações.
Coutinho disse que as vencedoras do leilão da linha de
transmissão das usinas do rio
Madeira já começaram a procurar o banco interessadas nos
empréstimos-ponte. Nesse caso, a taxa é a TJLP (9,25% ao
ano), mais 1,3% de "spread" do
BNDES, e prazo de 18 meses.
Segundo Coutinho, o BNDES
não estuda, no momento, nenhuma operação de lançamento de títulos do banco para alavancar recursos para financiar
a exploração do pré-sal.
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