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Venda de automóveis no país bate recorde em dezembro
Em 2006, 1,928 mi de unidades é comercializado, número só menor que o de 1997
Juros em queda e "flex fuel" estimulam mercado interno,
segundo Anfavea; produção cresce menos devido à
queda das exportações
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A queda nos juros e o sucesso
do carro bicombustível estimularam no ano passado vendas
que por apenas 15 mil veículos
não superaram o patamar de
1997, melhor ano da indústria
automobilística. As 204,8 mil
unidades vendidas em dezembro de 2006, entretanto, foram
recorde histórico na comparação com qualquer mês.
No acumulado do ano, divulgou ontem a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores), foi
licenciado 1,928 milhão de veículos, um crescimento de
12,4% em relação a 2005.
De acordo com a entidade, a
redução da Selic (taxa básica da
economia) permitiu financiamentos mais longos no ano
passado: 42% foram para prazos superiores a 36 meses, percentual que era de 30% em
2005. Ao mesmo tempo, 65%
das vendas foram a prazo, ante
62% no ano retrasado.
Segundo o presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, outros
dois pontos empurraram o
mercado interno em 2006: a estabilidade macroeconômica,
que estimulou o consumidor a
assumir financiamentos, e o
salto nas vendas dos carros
"flex fuel", que funcionam com
álcool ou gasolina. "A participação do "flex fuel" chegou a 82%
das vendas em dezembro. São
2,6 milhões de unidades vendidas até agora, é uma marca
muito boa", declarou.
Ele destacou ainda que, no final de dezembro último, os carros populares, que começaram
a ser vendidos no país em 1991,
atingiram a marca de 10 milhões de unidades vendidas.
Produção cresce menos
Apesar dos bons resultados
de dezembro, a entidade manteve as projeções anteriores para 2007: um crescimento de
7,7% nas vendas no mercado
interno, US$ 12,1 bilhões em
exportações (mesmo montante
do ano passado) e uma alta de
3,8% na produção de veículos.
"Em dezembro, os estoques foram bem utilizados. Começaremos o ano com estoques mais
baixos", afirmou o executivo.
Ele destacou que 2006 foi o
ano em que o estímulo à produção veio do mercado interno, já
que as exportações começaram
a cair. "Até 2005, o empuxo para a produção vinha das exportações. No ano passado, a situação se inverteu", disse Golfarb.
É por causa da queda de 5,2%
nas exportações em 2006, conseqüência do câmbio apreciado, que a produção cresceu a
uma taxa menor. A estimativa
da Anfavea (os dados de dezembro para a produção ainda não
estão fechados) é que em 2006
a alta de unidades produzidas
foi de 4% ante 2005. Em 2007,
a previsão é de 3,8% de crescimento. Um patamar de crescimento menor inferior aos de
2004 e 2005, quando a produção teve altas de, respectivamente, 28,8% e 9,1%.
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