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Petróleo chega a US$ 100 pela 1ª vez em NY
Barril termina o dia cotado a US$ 99,62, superando seu recorde nominal; em termos reais, maior valor é de abril de 1980
Petrobras diz acompanhar cotações internacionais apenas no longo prazo e que só reavaliará preços caso alta dure algum tempo
DA REDAÇÃO
O preço do barril de petróleo
alcançou ontem pela primeira
vez a barreira dos US$ 100 durante o pregão em Nova York,
uma marca aguardada pelo menos nos últimos dois meses. No
último dia 21 de novembro, ele
chegou a estar cotado a US$
99,29, mas recuou e terminou o
dia valendo US$ 97,29.
A valorização de ontem foi
provocada por uma série de
motivos: ataques a centros produtores na Nigéria, a previsão
de nova queda nas reservas
americanas (os dados serão divulgados hoje), atentado na Argélia e problemas na produção
mexicana. Além disso, um relatório da Opep (Organização dos
Países Exportadores de Petróleo) mostra que o cartel, responsável por cerca de 40% da
produção mundial, pode não
ser capaz de atender a sua participação nos mercados globais
a partir de 2024.
Depois de alcançar os US$
100 no primeiro dia de negociações no ano, a cotação do petróleo teve uma pequena queda,
para US$ 99,62, alta de 3,79%
ante o pregão de 31 de dezembro. Apesar do recuo, o barril
alcançou o seu maior valor histórico, superando os US$ 98,18
obtidos em 23 de novembro.
Em Londres, a valorização foi
ainda maior, de 4,22%, com o
produto cotado a US$ 97,84 no
fim do dia, batendo em mais de
US$ 2 o recorde anterior
-também de 23 de novembro.
Em termos reais, no entanto,
com o ajuste da inflação americana no período, o recorde ainda pertence a abril de 1980,
quando o produto valia aproximadamente US$ 102.
Após alcançar o recorde em
novembro, o petróleo começou
a recuar e, no dia 5 de dezembro, valia US$ 87,49 em Nova
York, a sua menor cotação desde 24 de outubro. Mas nas últimas duas semanas a cotação
voltou a subir, especialmente
após o atentado que matou a
ex-premiê paquistanesa Benazir Bhutto, aumentando as tensões no Oriente Médio. O Paquistão divide fronteira com o
Irã, que tem uma das maiores
reservas da commodity, e está
localizado na costa do mar da
Arábia, por onde é transportada parte da produção da região.
O barril de petróleo se valorizou em 57% no ano passado, estimulando a economia de vários países do Oriente Médio,
que estão aumentando seus investimentos em empresas da
Europa e, especialmente, dos
EUA. Um fundo do governo de
Abu Dhabi (Emirados Árabes
Unidos) adquiriu 4,9% do Citigroup por US$ 7,5 bilhões, e um
investidor da região, ao lado do
governo de Cingapura, comprou por US$ 11,5 bilhões mais
de 10% do banco UBS.
Brasil
A Petrobras afirmou que
acompanha o preço do petróleo
no mercado internacional apenas no longo prazo, sem considerar oscilações diárias, acrescentando que a valorização do
real reduz o impacto da alta da
commodity. Se o petróleo se
mantiver em patamar elevado
durante algum tempo, ela reavaliará o preço dos derivados.
De acordo com a empresa, a
nafta, o querosene de avião e o
óleo combustível sofrem reajustes em função dos preços da
concorrência no mercado internacional.
Colaborou a Sucursal do Rio
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