São Paulo, quinta-feira, 03 de janeiro de 2008

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Petróleo chega a US$ 100 pela 1ª vez em NY

Barril termina o dia cotado a US$ 99,62, superando seu recorde nominal; em termos reais, maior valor é de abril de 1980

Petrobras diz acompanhar cotações internacionais apenas no longo prazo e que só reavaliará preços caso alta dure algum tempo

DA REDAÇÃO

O preço do barril de petróleo alcançou ontem pela primeira vez a barreira dos US$ 100 durante o pregão em Nova York, uma marca aguardada pelo menos nos últimos dois meses. No último dia 21 de novembro, ele chegou a estar cotado a US$ 99,29, mas recuou e terminou o dia valendo US$ 97,29.
A valorização de ontem foi provocada por uma série de motivos: ataques a centros produtores na Nigéria, a previsão de nova queda nas reservas americanas (os dados serão divulgados hoje), atentado na Argélia e problemas na produção mexicana. Além disso, um relatório da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) mostra que o cartel, responsável por cerca de 40% da produção mundial, pode não ser capaz de atender a sua participação nos mercados globais a partir de 2024.
Depois de alcançar os US$ 100 no primeiro dia de negociações no ano, a cotação do petróleo teve uma pequena queda, para US$ 99,62, alta de 3,79% ante o pregão de 31 de dezembro. Apesar do recuo, o barril alcançou o seu maior valor histórico, superando os US$ 98,18 obtidos em 23 de novembro. Em Londres, a valorização foi ainda maior, de 4,22%, com o produto cotado a US$ 97,84 no fim do dia, batendo em mais de US$ 2 o recorde anterior -também de 23 de novembro.
Em termos reais, no entanto, com o ajuste da inflação americana no período, o recorde ainda pertence a abril de 1980, quando o produto valia aproximadamente US$ 102.
Após alcançar o recorde em novembro, o petróleo começou a recuar e, no dia 5 de dezembro, valia US$ 87,49 em Nova York, a sua menor cotação desde 24 de outubro. Mas nas últimas duas semanas a cotação voltou a subir, especialmente após o atentado que matou a ex-premiê paquistanesa Benazir Bhutto, aumentando as tensões no Oriente Médio. O Paquistão divide fronteira com o Irã, que tem uma das maiores reservas da commodity, e está localizado na costa do mar da Arábia, por onde é transportada parte da produção da região.
O barril de petróleo se valorizou em 57% no ano passado, estimulando a economia de vários países do Oriente Médio, que estão aumentando seus investimentos em empresas da Europa e, especialmente, dos EUA. Um fundo do governo de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) adquiriu 4,9% do Citigroup por US$ 7,5 bilhões, e um investidor da região, ao lado do governo de Cingapura, comprou por US$ 11,5 bilhões mais de 10% do banco UBS.

Brasil
A Petrobras afirmou que acompanha o preço do petróleo no mercado internacional apenas no longo prazo, sem considerar oscilações diárias, acrescentando que a valorização do real reduz o impacto da alta da commodity. Se o petróleo se mantiver em patamar elevado durante algum tempo, ela reavaliará o preço dos derivados.
De acordo com a empresa, a nafta, o querosene de avião e o óleo combustível sofrem reajustes em função dos preços da concorrência no mercado internacional.


Colaborou a Sucursal do Rio

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