São Paulo, sábado, 03 de fevereiro de 2007

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Meirelles aponta demanda em alta na economia

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ontem, após reunião com os presidentes dos BCs do Mercosul, Chile, Bolívia e Peru, que a demanda no Brasil está em crescimento e que por isso a expectativa é de continuidade do crescimento da oferta no país.
Meirelles não comentou diretamente a ata da reunião da semana passada do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), divulgada anteontem, mas o tom foi o mesmo. A recuperação nas vendas do varejo é um dos pontos usados na ata para justificar a redução no ritmo da queda nos juros.
"A demanda agregada está crescendo, em razão da alta na renda, no emprego e no crédito. Dessa forma, a oferta pode continuar crescendo de forma consistente", declarou o presidente do BC, que fez um balanço sobre a economia mundial, dos EUA e da América Latina.
Segundo ele, a economia mundial deve passar por desaceleração neste ano, mas o cenário ainda é favorável. Quanto à economia americana, Meirelles avaliou que também deve passar por um desaquecimento, por conta do setor imobiliário, mas de forma suave. "Espera-se uma transição suave", disse o presidente do BC, destacando que há sinais de que o ajuste do mercado imobiliário começa a se estabilizar.
Ele afirmou ainda que "a opinião geral", entre os presidentes dos BCs presentes à reunião de ontem, é que os países da América Latina podem dar continuidade à aceleração de seus crescimentos econômicos.
A 11ª Reunião de Presidentes dos Bancos Centrais do Mercosul, Chile, Bolívia e Peru, que ocorreu em SP, discutiu a importância da transparência na política monetária e a governança corporativa nos BCs.

Uso de moedas locais
Após o encontro, Meirelles participou de uma reunião com o presidente do banco central argentino, Martin Redrado, para discutir a implementação do uso de moeda local nas transações entre Brasil e Argentina.
O Brasil e a Argentina desenvolvem uma proposta para deixar de utilizar o dólar nas transações comerciais e passar a compensá-las nas moedas locais dos dois países. Esse processo será sistematizado e implementado neste ano.
Entre as vantagens, de acordo com o Banco Central, estão a redução de custos para importadores e exportadores e o fato de o empresário, em uma transação comercial com o país vizinho, não ter que abrir um contrato de câmbio.
(MAELI PRADO)


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