São Paulo, sábado, 03 de fevereiro de 2007

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Brasil vai exportar motor flex para França

Motores serão fabricados pela PSA Peugeot Citroën em fábrica no Rio

Será o primeiro país europeu a usar a tecnologia brasileira na área; Suécia já usa motor flex, mas com outra tecnologia


CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil vai passar a exportar, neste ano, motores flex para a França, que será o primeiro país europeu a comprar o produto com tecnologia brasileira. A Peugeot e a Citroën vão começar a produzir automóveis com motor flex importados do Brasil já montados.
As primeiras experiências com motores flex no mercado francês serão com os modelos Peugeot 307 e Citroën C4. A Suécia é o único país da Europa que já utiliza motor flex, mas não importa do Brasil.
A companhia PSA Peugeot Citroën, uma joint venture das duas empresas que produz essas marcas em Porto Real, no Rio, é quem vai fornecer os motores. O negócio foi anunciado ontem na visita da ministra ministra de Comércio Exterior da França, Christine Lagarde.
De acordo com a PSA Peugeot Citroën, em janeiro já foram enviados alguns lotes de peças de motores para experimentação, mas a partir do segundo semestre os motores serão embarcados montados, o que significa maior valor agregado. No entanto, a empresa ainda não tem previsão do valor inicial da exportações.
O Brasil já exporta motor flex para a Argentina, que vende carros com esses motores para o Brasil. O governo também quer vender etanol para a França, mas isso ainda não foi acertado. A França utiliza o combustível E85, mistura de 85% de álcool e 15% de gasolina.
Em 2006, o Brasil exportou US$ 2,6 bilhões para a França e importou US$ 1,3 bilhão. Segundo Lagarde, o comércio entre os dois países cresce a taxas de 16% ao ano. O Brasil, em geral, importa produtos manufaturados e exporta grãos.
Mas, segundo o secretário-executivo da Camex (Câmara de Comércio Exterior), Mário Mugnaini, os números registrados não refletem o verdadeiro comércio entre os dois países, já que boa parte das exportações à França passa pelos portos de Roterdã, na Holanda, e de Antuérpia, na Bélgica, e é contabilizada como vendas para esses países.
Para cumprir o princípio da reciprocidade, 2009 será o ano da França no Brasil, com eventos culturais e promoções comerciais em São Paulo, no Rio e em Brasília. Em 2005 foi o ano do Brasil na França. Naquele ano o Brasil registrou vendas de US$ 2,5 bilhões ao país. Em 2004, foram US$ 2,1 bilhões.
Em março deste ano, os dois países farão um seminário para acertar os eixos de atuação da AFD (Agência Francesa de Desenvolvimento), que vai atuar no Brasil a partir do segundo semestre. A ministra francesa também assinou convênios de cooperação com a Zona Franca de Manaus e no setor de nanotecnologia.


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