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Brasil vai exportar motor flex para França
Motores serão fabricados pela PSA Peugeot Citroën em fábrica no Rio
Será o primeiro país europeu a usar a tecnologia brasileira na área; Suécia
já usa motor flex, mas com outra tecnologia
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil vai passar a exportar,
neste ano, motores flex para a
França, que será o primeiro
país europeu a comprar o produto com tecnologia brasileira.
A Peugeot e a Citroën vão começar a produzir automóveis
com motor flex importados do
Brasil já montados.
As primeiras experiências
com motores flex no mercado
francês serão com os modelos
Peugeot 307 e Citroën C4. A
Suécia é o único país da Europa
que já utiliza motor flex, mas
não importa do Brasil.
A companhia PSA Peugeot
Citroën, uma joint venture das
duas empresas que produz essas marcas em Porto Real, no
Rio, é quem vai fornecer os motores. O negócio foi anunciado
ontem na visita da ministra ministra de Comércio Exterior da
França, Christine Lagarde.
De acordo com a PSA Peugeot Citroën, em janeiro já foram enviados alguns lotes de
peças de motores para experimentação, mas a partir do segundo semestre os motores serão embarcados montados, o
que significa maior valor agregado. No entanto, a empresa
ainda não tem previsão do valor
inicial da exportações.
O Brasil já exporta motor flex
para a Argentina, que vende
carros com esses motores para
o Brasil. O governo também
quer vender etanol para a França, mas isso ainda não foi acertado. A França utiliza o combustível E85, mistura de 85%
de álcool e 15% de gasolina.
Em 2006, o Brasil exportou
US$ 2,6 bilhões para a França e
importou US$ 1,3 bilhão. Segundo Lagarde, o comércio entre os dois países cresce a taxas
de 16% ao ano. O Brasil, em geral, importa produtos manufaturados e exporta grãos.
Mas, segundo o secretário-executivo da Camex (Câmara
de Comércio Exterior), Mário
Mugnaini, os números registrados não refletem o verdadeiro comércio entre os dois países, já que boa parte das exportações à França passa pelos
portos de Roterdã, na Holanda,
e de Antuérpia, na Bélgica, e é
contabilizada como vendas para esses países.
Para cumprir o princípio da
reciprocidade, 2009 será o ano
da França no Brasil, com eventos culturais e promoções comerciais em São Paulo, no Rio e
em Brasília. Em 2005 foi o ano
do Brasil na França. Naquele
ano o Brasil registrou vendas
de US$ 2,5 bilhões ao país. Em
2004, foram US$ 2,1 bilhões.
Em março deste ano, os dois
países farão um seminário para
acertar os eixos de atuação da
AFD (Agência Francesa de Desenvolvimento), que vai atuar
no Brasil a partir do segundo
semestre. A ministra francesa
também assinou convênios de
cooperação com a Zona Franca
de Manaus e no setor de nanotecnologia.
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