São Paulo, terça-feira, 03 de fevereiro de 2009

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Apenas Ásia não reduz compras do Brasil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com queda de demanda e concorrência internacional mais acirrada, os exportadores brasileiros perderam mercado em janeiro. O país vendeu menos a todos os seus destinos de exportação, exceto para a Ásia.
A maior queda de exportações foi para a Argentina. Um dos principais parceiros comerciais do Brasil, ela comprou 48,4% a menos do país em janeiro (US$ 641 milhões) em relação ao mesmo mês de 2008.
O corte na produção industrial argentina, em especial da indústria de veículos, foi responsável pela redução das exportações brasileiras. O secretário de Comércio Exterior do Mdic, Welber Barral, explicou que a corrente de comércio entre os dois países está muito concentrada no setor automobilístico. Por isso, as importações também caíram 43%.
"A nossa preocupação é muito grande com a Argentina, com grande queda de demanda. Não dá para obrigar o país a comprar", disse.
Os EUA continuam o maior comprador do Brasil, mas a retração da economia americana gerou queda de 36% das exportações brasileiras ao país, para US$ 1,1 bilhão. Já as importações aumentaram 10%. Com isso, o déficit foi de US$ 843 milhões num único mês.
"Corremos o risco de déficit histórico com os EUA, caso o governo não priorize o comércio com países desenvolvidos", disse José Augusto de Castro, diretor da AEB (Associação dos Exportadores do Brasil).
O último déficit anual no comércio com os EUA foi em 1999, e o pior resultado na balança entre os dois países foi em 1997, com déficit brasileiro de US$ 4,4 bilhões. Barral argumentou que as exportações brasileiras caíram menos que em outros países da América Latina, como Chile e México. Segundo ele, ambos são mais dependentes dos EUA.
A Ásia foi a única região do mundo que comprou mais do Brasil em janeiro, com expansão de 14%, puxada por minério de ferro, açúcar e celulose. As vendas para o mercado chinês cresceram 8,9% em comparação com janeiro de 2008.


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