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Cemig e CPFL acatam mudança; Eletropaulo não se pronuncia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
O efeito da mudança nas regras de cálculo do reajuste irá
variar de empresa para empresa e a cada ano. De acordo com
o diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, o impacto será tão
mais forte quanto mais perto a
empresa estiver da revisão tarifária -processo que acontece,
em média, a cada quatro anos.
"Os valores variam muito",
afirmou Hubner.
Ontem, a Aneel reajustou as
tarifas de sete pequenas distribuidoras de energia dentro das
novas regras, e as consequências foram muito diferentes,
chegando a haver perda para os
150 mil consumidores da distribuidora Borborema, que atende a 223 municípios na Paraíba.
Para eles, o reajuste ficou 0,14
ponto percentual maior por
conta da mudança.
O efeito negativo, nesse caso,
será atenuado porque os consumidores residenciais da empresa terão, ainda assim, uma
redução tarifária de 8,13%. Sem
a mudança, essa redução seria
ainda maior.
Nas demais seis empresas
que tiveram alteração tarifária
(Santa Maria, Jaguari, Mococa,
CPFL Leste, CPFL Sul e Santa
Cruz), o reajuste chegou a ser,
no máximo, 0,7 ponto percentual menor do que seria dado
normalmente. Para os consumidores residenciais dessas
empresas, os reajustes variaram de reduções de 1,6% a aumentos de 8,78% (CPFL Leste).
O impacto das modificações
só começará a ser visto com
mais nitidez a partir de março,
quando a primeira grande distribuidora (Ampla, que atende
o Rio de Janeiro, com exceção
da capital) terá reajuste.
Em abril, começam os aumentos das grandes empresas
de São Paulo e Minas (CPFL e
Cemig), e, em julho, será a vez
da Eletropaulo, responsável
pelo abastecimento da Grande
São Paulo. Procurada, a empresa disse que aguarda receber
ofício da Aneel para se pronunciar a respeito das mudanças
nas regras de cálculo.
No ano passado, segundo o
órgão, os clientes da Eletropaulo pagaram R$ 174,1 milhões
por conta da falha na metodologia de reajuste, que deveria
ser de 12,98% se as novas regras
já estivessem em vigor, mas ficou em 14,88%.
Concessionárias
A estatal mineira Cemig
(Companhia Energética de Minas Gerais) informou ontem,
por meio de sua assessoria de
imprensa, que cumprirá a determinação da Aneel sobre a
mudança na metodologia. A
empresa não comentou a decisão tomada pelo órgão.
A Celpe (Companhia Energética de Pernambuco) afirmou, por meio de nota, que
"ainda vai conhecer e analisar
os termos finais da proposta de
aditivo ao contrato de concessão" e que, no caso da empresa,
o próximo reajuste de tarifa está previsto para o mês de abril.
No Paraná, a distribuidora
Copel disse que ainda não sabe
se irá recorrer da decisão sobre
o reajuste das tarifas de energia
elétrica e tampouco quando irá
deliberar a respeito.
A CPFL, que atua no interior
de São Paulo, informou que a
partir de amanhã acatará os
reajustes homologados pela
Aneel em suas companhias Jaguari, Mococa, Santa Cruz,
Paulista e Leste Paulista.
Consumidores
De acordo com Maria Inês
Dolci, coordenadora institucional da Pro Teste, além da correção do cálculo nas tarifas de
energia, a Aneel deve propor
uma forma de compensação
pelo prejuízo já causado aos
consumidores.
"Não adianta apenas corrigir
o problema daqui para a frente.
É preciso também ressarcir o
consumidor pelas perdas já
realizadas. É necessário agora
encontrar uma forma de abatimento nas contas futuras para
que o consumidor não saia lesado", afirmou.
Colaborou a Redação
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