São Paulo, terça-feira, 03 de março de 2009

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Importações caem, e balança comercial volta a ter superávit

Compras externas tiveram queda de 30,9% no mês passado, e exportações, de 20,9%; saldo positivo ficou em US$ 1,7 bi

Governo comemora o resultado, pois em janeiro houve déficit de US$ 524 mi; no ano, saldo volta a ser positivo em US$ 1,2 bi

JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A balança comercial brasileira voltou a ter superávit em fevereiro, depois do déficit registrado em janeiro. O resultado, que vai influenciar positivamente nas contas externas do país, é consequência da queda das importações. As exportações também caíram se comparadas com fevereiro de 2008, mas em ritmo menor do que as compras do exterior.
O saldo comercial de fevereiro foi de US$ 1,7 bilhão, mais do que o dobro do superávit obtido no mesmo mês do ano passado. Na mesma comparação, as exportações caíram 20,9%, somando US$ 9,5 bilhões, enquanto as importações caíram 30,9%, para US$ 7,8 bilhões.
Para o governo, os números do comércio exterior foram motivo de comemoração por mostrarem recuperação se comparados aos de janeiro, quando o saldo comercial foi negativo em US$ 524 milhões. Com o desempenho de fevereiro, a balança voltou a ter su perávit no ano: US$ 1,2 bilhão.
"Há uma queda das exportações que reflete a crise mundial. Mas, olhando o dado de mais curto prazo, há uma luz no fim do túnel", disse o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral.
Ele destacou outro dado que considera positivo: em fevereiro, as quantidades de produtos exportados caíram menos que os preços, o que indica que os exportadores conseguiram manter seus clientes externos. Em janeiro, houve o efeito contrário: a quantidade exportada havia caído mais que o preço.
O vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, destaca que o resultado positivo de fevereiro é fruto das quedas tanto nas exportações quanto nas importações. Para ele, a balança deste ano será superavitária em consequência de menos importações -e não de mais exportações.
"Na atual situação da economia mundial, em que muitos países terão déficit comercial, o superávit do Brasil já será um bom resultado", disse Castro. Ele espera resultado positivo de US$ 17 bilhões neste ano.
A projeção média do mercado financeiro, segundo levantamento do Banco Central divulgado ontem, é de superávit comercial de US$ 13 bilhões neste ano. Em 2008, a balança foi positiva em US$ 24,7 bilhões.

Petróleo e câmbio
Barral estima que a redução no preço do petróleo foi um dos principais motivos para a queda nas importações, respondendo por 11% do menor valor importado.
A desvalorização cambial ocorrida principalmente entre outubro e novembro do ano passado foi outro fator que puxou para baixo as compras do exterior. Por causa dos contratos fechados com antecedência, a redução demora para aparecer na balança comercial.
Para Castro, esse efeito foi uma surpresa. Ele esperava desaceleração das importações a partir deste mês. "Por causa da taxa de câmbio, as importações poderão cair até mais do que o previsto no ano. Com isso, o saldo comercial poderá ficar maior do que no ano passado."


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