|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MOEDA FORTE
Queda já atinge US$ 788 milhões desde o final de janeiro
Reservas externas caem para US$ 35,6 bilhões em fevereiro
da Sucursal de Brasília
As reservas em moeda estrangeira do Banco Central caíram US$
275 milhões anteontem, na maior
queda diária desde a adoção do
câmbio flutuante, há 46 dias.
Em fevereiro, as reservas caíram
de US$ 36,116 bilhões para US$
35,603 bilhões. Anteontem, primeiro dia útil de março, as reservas registravam US$ 35,328 bilhões, sempre pelo conceito de liquidez internacional, que considera dólares disponíveis e créditos de
médio e longo prazos.
A perda acumulada já soma US$
788 milhões desde o final de janeiro, quando o BC passou a divulgar
sua posição diária de reservas em
moeda estrangeira.
A queda nas reservas é um sinal
de que o BC vendeu moeda na
quinta-feira passada para tentar
segurar a cotação do dólar. A informação não é confirmada pela
instituição, que decidiu manter segredo sobre suas intervenções.
Na quinta-feira passada, a cotação da moeda norte-americana
chegou a atingir R$ 2,05, mas acabou recuando para R$ 2,03 na média do dia, aparentemente devido a
vendas do BC.
Após a nova perda de dólares, sobraram ao BC pouco mais de US$ 6
bilhões para honrar os vencimentos do Tesouro e intervir no mercado de câmbio, caso não seja revista a cláusula do acordo com o
FMI (Fundo Monetário Internacional) que impõe um piso para as
reservas do BC.
Pelo acordo, as reservas internacionais líquidas, que excluem os
empréstimos recebidos em razão
do acordo com o FMI, não podem
ficar abaixo de US$ 20 bilhões. As
reservas líquidas estão próximas
de US$ 26 bilhões.
Os pagamentos oficiais deste ano
somam US$ 12 bilhões, superando
o montante que o acordo com o
FMI autoriza o BC a gastar.
As intervenções do BC explicam,
no máximo, metade da queda que
as reservas registraram desde o final de janeiro.
Até agora, as reservas refletiram
intervenções do BC em apenas três
dias, quando caíram US$ 379 milhões, pois as vendas de moeda são
liquidadas 48 horas depois de fechadas as operações.
A queda nos demais dias é atribuída a pagamentos diretos da dívida externa do Tesouro ao exterior e por baixas nas cotações das
moedas que compõem as reservas.
As reservas brutas incluem os
US$ 9,324 bilhões ligados ao acordo com o FMI que foram liberados
em dezembro passado.
Em julho do ano passado, antes
da moratória russa, as reservas somavam US$ 70,21 bilhões, pelo
conceito de liquidez internacional.
A maior parte da queda se deve a
vendas do BC para defender o antigo regime de bandas cambiais,
substituído em 15 de janeiro passado pelo regime de flutuação livre.
O BC passou 38 dias sem vender
moeda. Na semana passada, começou a fazer intervenções limitadas
para atenuar oscilações excessivas
da cotação do dólar.
Texto Anterior: "Déficit menor repõe confiança no Brasil" Próximo Texto: Empresas tentam rolar dívida externa dando mais garantias Índice
|