São Paulo, Quarta-feira, 03 de Março de 1999
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CNI defende intervenção do BC no câmbio e vê risco de calote

da Sucursal de Brasília

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) defende, em seu informe econômico, as intervenções do BC (Banco Central) no mercado de câmbio e diz que uma nova alta das taxas de juro acentuaria a percepção de risco sobre calote da dívida.
"Cabe notar que as taxas de juros reais praticadas no Brasil já são muito elevadas", diz a CNI. Amanhã o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central se reúne para definir a trajetória dos juros até 14 de abril.
De acordo com a CNI, se o BC subir os juros, sinalizará ao mercado que espera alta da inflação e fomentará práticas de indexação aos juros.
"O temor maior é que a indexação, adormecida pelos quatro anos de inflação cadente e muito baixa, possa ser reativada, se o câmbio se mantiver elevado por um prazo muito longo", diz a CNI em seu informe econômico.
Os juros básicos da economia, a taxa Selic (definida em empréstimos de um dia entre bancos), hoje estão em 39% anuais.
Considerando alguns índices de inflação de fevereiro, os juros foram negativos no mês passado, o que pode se repetir em março. Considerando uma expectativa de inflação de 11% para o ano (do governo), os juros reais estão positivos.
Teoricamente, a Selic pode subir a até 41%, percentual em que está fixada a Tban (Taxa Básica do BC), o teto dos juros. O Copom se reúne para decidir o que deve fazer com a Tban.

Excesso
A CNI defende uma "atuação direta" do BC no mercado de câmbio, para evitar que os compromissos externos que vencem em março façam a cotação do dólar subir excessivamente.
"Parece lícito esperar a continuidade ou até o agravamento da situação de desequilíbrio no mercado cambial nos próximos 30 dias", diz a entidade.


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