São Paulo, Quarta-feira, 03 de Março de 1999
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Trabalhador perdeu 0,5% da renda em 98

da Sucursal do Rio

O rendimento médio real (descontada a inflação) das pessoas ocupadas em 98 registrou queda de 0,5% em relação a 97. Foi a primeira redução apurada pelo IBGE desde 92, quando houve queda de 8% sobre 91. A correção dos valores é feita pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
Os trabalhadores com carteira assinada tiveram perda de rendimento de 0,1%, e os sem carteira assinada conseguiram aumentar a renda em 0,5%. Já quem trabalhou por conta própria fechou 98 com perda de 4,1%, no ganho médio.
Para Shyrlene Ramos de Souza, do IBGE, a tendência para 99 é de aumento na queda do rendimento do trabalho. "A situação está difícil, e as pessoas estão negociando a manutenção de outros benefícios, em vez de aumento de salário."
Caso a expectativa de redução da renda em 99 se confirme, os anos 90 vão terminar como começaram em termos de rendimento do trabalho: em queda. De 90 a 92, o rendimento no trabalho teve queda de 37,73%, sendo o pior resultado o de 91 (menos 17% sobre 90).
A partir de 93 os rendimentos iniciaram uma recuperação do valor real que, até 97, superou as perdas do período anterior, alcançando elevação acumulada de 39,97%.
Em 97, já com os efeitos da crise da Ásia, a renda do trabalho aumentou apenas 2%.
Entre as seis regiões pesquisadas, a maior queda do rendimento em 98 foi registrada em Belo Horizonte, com perda de 2,8%. São Paulo e Salvador registraram os únicos resultados positivos, com altas de 0,2% e de 0,3%, respectivamente. Recife registrou queda de 1%; Porto Alegre, de 0,9%; e Rio, de 0,1%.
Por setor de atividade, a maior queda do rendimento em 98 foi registrada na construção civil, com 5,6%. O comércio teve perda de 4,9%, e a indústria de transformação, de 0,4%. O setor de serviços foi o único a apresentar crescimento da renda, com 0,9%.


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