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País deve ter déficit nominal de 3% do PIB neste ano, prevê Lisboa
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda,
Marcos Lisboa, afirmou ontem
que a austeridade fiscal do governo Lula levará o país a registrar
em 2004, "depois de muito tempo", um déficit nominal de 3% do
PIB (Produto Interno Bruto).
O déficit nominal é quanto o
país paga de juros da dívida pública no período de um ano, sem
descontar o superávit primário
(receita menos despesas do governo, excluído o pagamento dos
juros). Para 2004, a meta de superávit é de 4,25% do PIB.
A evolução positiva do indicador aliada ao ajuste fiscal do governo possibilitarão a melhora
das condições de financiamento
do país, segundo Lisboa. Para ele,
o avanço já pode ser notado nas
taxas de juro de longo prazo praticadas pelo mercado.
Lisboa afirmou que "a curva
[dos juros] está invertida".
"Os de seis meses [curto prazo]
estão mais altos do que o de dois
anos", disse ele, para quem isso
indica a maior confiança de investidores nas condições de financiamento do Brasil.
Esse patamar de déficit nominal
previsto por Lisboa é, segundo
boletim do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o
menor desde o início dos anos 80
e "uma espécie de parâmetro internacional de qualificação de política fiscal".
De acordo com Lisboa, a redução do déficit foi possível graças
aos juros menores praticados em
2003, o que fez cair o pagamento
de juros da dívida pública.
Lisboa disse que a experiência
de vários países europeus -citou
a Itália- mostra que o ajuste fiscal fez cair a relação dívida/PIB,
permitindo o recuo gradual e progressivo dos juros de mercado.
Lisboa proferiu palestra no Sinduscom-Rio (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro).
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