São Paulo, sábado, 03 de abril de 2004

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País deve ter déficit nominal de 3% do PIB neste ano, prevê Lisboa

DA SUCURSAL DO RIO

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa, afirmou ontem que a austeridade fiscal do governo Lula levará o país a registrar em 2004, "depois de muito tempo", um déficit nominal de 3% do PIB (Produto Interno Bruto).
O déficit nominal é quanto o país paga de juros da dívida pública no período de um ano, sem descontar o superávit primário (receita menos despesas do governo, excluído o pagamento dos juros). Para 2004, a meta de superávit é de 4,25% do PIB.
A evolução positiva do indicador aliada ao ajuste fiscal do governo possibilitarão a melhora das condições de financiamento do país, segundo Lisboa. Para ele, o avanço já pode ser notado nas taxas de juro de longo prazo praticadas pelo mercado.
Lisboa afirmou que "a curva [dos juros] está invertida".
"Os de seis meses [curto prazo] estão mais altos do que o de dois anos", disse ele, para quem isso indica a maior confiança de investidores nas condições de financiamento do Brasil.
Esse patamar de déficit nominal previsto por Lisboa é, segundo boletim do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o menor desde o início dos anos 80 e "uma espécie de parâmetro internacional de qualificação de política fiscal".
De acordo com Lisboa, a redução do déficit foi possível graças aos juros menores praticados em 2003, o que fez cair o pagamento de juros da dívida pública.
Lisboa disse que a experiência de vários países europeus -citou a Itália- mostra que o ajuste fiscal fez cair a relação dívida/PIB, permitindo o recuo gradual e progressivo dos juros de mercado.
Lisboa proferiu palestra no Sinduscom-Rio (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro).


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