São Paulo, sábado, 03 de abril de 2004 |
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O VAIVÉM DAS COMMODITIES Milho preocupa Uma má notícia para o segundo semestre. O abastecimento de milho poderá sofrer um revés, devido à previsão de forte quebra de produção no Paraná. Líder nacional na oferta de milho safrinha -é responsável por 50% da safra brasileira-, o Paraná poderá ter quebra de 29% neste ano, segundo cálculos do Deral. Os números Vera Zardo, do Deral, diz que a área de plantio recuará para 1,18 milhão de hectares, 14% menos do que na anterior. Além da quebra na área plantada, haverá redução de 17% na produtividade. Com isso, a safrinha recua para 4,3 milhões de toneladas. No ano passado, foi de 6,1 milhões no Paraná. As causas Zardo diz que as plantas apresentam má germinação, desenvolvimento ruim e grande infestação de lagartas. A quebra de safra provém, ainda, do menor uso de tecnologia por parte dos produtores, do plantio fora de época e das condições climáticas desfavoráveis. Discussões continuam O Japão continua exigindo que os EUA façam o teste da vaca louca em 100% da carne para voltar a exportar para o mercado japonês. Os norte-americanos dizem que é um precedente perigoso. CPRs batem em R$ 5 bi O volume de Cédulas de Produto Rural do Banco do Brasil atingiu R$ 5 bilhões neste início de mês. Desde 1994, o banco avalizou 100 mil cédulas, envolvendo 200 produtos. Os maiores volumes de negócios foram para café, soja e bovinos, com R$ 3,9 bilhões. Os Estados líderes são Minas Gerais, Goiás e Paraná, que movimentaram R$ 2,85 bilhões no período. Saindo da entressafra O Brasil continua na entressafra de arroz, fato que provoca aquecimento dos preços. Segundo o analista Romeu Fiod, a colheita deverá atingir 50% no Sul neste final de semana. Apesar desse avanço da safra, os gaúchos estão segurando o arroz, o que sustenta os preços aquecidos. Importado A saca de arroz em casca, que chegou a cair para até R$ 29, voltou a superar R$ 30. Em alguns casos chega a R$ 34, dependendo da qualidade do produto. Fiod diz que essa aceleração dos preços se deve ao fim dos estoques de arroz importado, que estavam abastecendo o mercado na entressafra. Capitalizados O preço do arroz deve permanecer aquecido. Os gaúchos, capitalizados devido aos bons preços das últimas safras, vão segurar o produto e vender apenas o suficiente para pagar os compromissos. Uruguaios e argentinos seguem os gaúchos, diz Fiod. Preços da carne Dois fatores seguram os preços internos da carne bovina, segundo analistas do setor. Um deles é o excesso de oferta de carne de fêmeas, devido à redução da área de pastagem, que perde espaço para a soja. Efeito exportações Os preços não reagem, também, devido ao efeito das exportações. Os frigoríficos que atuam no mercado externo têm sobra de carnes menos nobres e as colocam no interno a preços reduzidos. Essa perda é compensada pelas receitas com o mercado externo. Perdem os frigoríficos que atuam apenas no mercado interno. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Mercado financeiro: Bovespa reage e sobe 6,53% na semana Índice |
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