São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2007

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Tarifas bancárias sobem até 15,94%

Procon-SP compara o valor dos serviços entre fevereiro e o mesmo mês de 2006; inflação no período foi de 3,02%

Receita das instituições financeiras com cobrança de tarifas é cada vez maior e chegou a R$ 47 bi em 2006, contra R$ 12 bi em 1996


TATIANA RESENDE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As tarifas cobradas pelos bancos subiram até 15,94% em fevereiro deste ano, no comparativo com o mesmo mês de 2006, bem acima da inflação do período (3,02%) medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Pelo segundo ano consecutivo, os bancos bateram recorde de rentabilidade no ano passado. Em 2006, os ganhos das 104 instituições financeiras que atuam no país somaram R$ 33,4 bilhões. Os balanços mostram que, desde 1996, a receita com tarifas bancárias foi um dos itens que mais cresceram.
Naquele ano, o faturamento com essas cobranças foi de R$ 12,1 bilhões. No ano passado, foi a R$ 47,5 bilhões.
Segundo o Procon-SP, que fez a pesquisa com os dez maiores bancos em número de agências e volume de depósitos à vista, a maior alta foi encontrada no envio do talão de cheques via correio, que custa, em média, R$ 5,31 neste ano.
Mas a tarifa chega a R$ 6 no Banco do Brasil e no Itaú, enquanto nem é cobrada em quatro outras instituições financeiras (HSBC, Nossa Caixa, Real e Unibanco). Com a facilidade da retirada das folhas no caixa eletrônico, essa pode ser uma forma, segundo Cristina Martinussi, técnica do Procon-SP, de obrigar o consumidor a não pedir o envio pelo correio.
Entre as cinco tarifas médias comparadas entre os anos de 2006 e 2007, a menor variação foi de 4,38%, para a manutenção do cartão de débito, ainda assim acima da inflação.
Já a taxa de manutenção média da conta corrente ficou 13,87% mais cara, com teto de R$ 9 no HSBC e no Itaú e piso de R$ 7 na Nossa Caixa. No Safra, o serviço nem é cobrado.
A orientação do órgão para o consumidor é analisar os pacotes/cestas de serviços oferecidos pelos bancos, de acordo com o seu perfil, e comparar se vale mais a pena do que pagar tarifas avulsas. "Hoje em dia, os bancos costumam abrir as contas já com pacotes que, muitas vezes, os consumidores nem sabem o que incluem. Há muitas opções [de serviços] que eles nem usam", ressaltou Cristina Martinussi.
O Procon-SP criou o perfil de um cliente hipotético que utiliza regularmente os principais serviços necessários à movimentação da conta corrente e constatou que, entre 2006 e 2007, o valor do pacote caiu 5,07%, ao contrário das tarifas avulsas, que só aumentaram. O dado, no entanto, pode ter sido distorcido com a entrada do Safra entre os dez bancos pesquisados, já que, até o ano passado, o Santander e o Banespa eram analisados separadamente.
Esse cliente hipotético pagaria, em média, R$ 21,34 no pacote mensal, contra R$ 28,95 de gastos com tarifas avulsas. Mas, como os hábitos são bem diferentes, esse não é um comparativo que pode ser aplicado para todos os consumidores.
Para quem optar pelo pacote, a dica do órgão é ficar atento para não extrapolar a quantidade de produtos/serviços estipulados, como o número de extratos por mês que são gratuitos, por exemplo.
O Procon-SP pesquisou também os valores do saque e do extrato no caixa eletrônico, mas não fez o comparativo nos 12 meses por causa da multiplicidade de formas de cobrança.
O Banco do Brasil, por exemplo, cobra R$ 1,50 por extrato, contra R$ 0,50 no Safra. Em dois bancos, só há desembolso a partir do segundo extrato, de R$ 1,30 (Caixa) e R$ 1,40 (Itaú).


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