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Tarifas bancárias sobem até 15,94%
Procon-SP compara o valor dos serviços entre fevereiro e o mesmo mês de 2006; inflação no período foi de 3,02%
Receita das instituições financeiras com cobrança de tarifas é cada vez maior e chegou a R$ 47 bi em 2006, contra R$ 12 bi em 1996
TATIANA RESENDE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As tarifas cobradas pelos
bancos subiram até 15,94% em
fevereiro deste ano, no comparativo com o mesmo mês de
2006, bem acima da inflação do
período (3,02%) medida pelo
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Pelo segundo ano consecutivo, os bancos bateram recorde
de rentabilidade no ano passado. Em 2006, os ganhos das 104
instituições financeiras que
atuam no país somaram R$
33,4 bilhões. Os balanços mostram que, desde 1996, a receita
com tarifas bancárias foi um
dos itens que mais cresceram.
Naquele ano, o faturamento
com essas cobranças foi de
R$ 12,1 bilhões. No ano passado, foi a R$ 47,5 bilhões.
Segundo o Procon-SP, que
fez a pesquisa com os dez maiores bancos em número de agências e volume de depósitos à
vista, a maior alta foi encontrada no envio do talão de cheques
via correio, que custa, em média, R$ 5,31 neste ano.
Mas a tarifa chega a R$ 6 no
Banco do Brasil e no Itaú, enquanto nem é cobrada em quatro outras instituições financeiras (HSBC, Nossa Caixa,
Real e Unibanco). Com a facilidade da retirada das folhas no
caixa eletrônico, essa pode ser
uma forma, segundo Cristina
Martinussi, técnica do Procon-SP, de obrigar o consumidor a
não pedir o envio pelo correio.
Entre as cinco tarifas médias
comparadas entre os anos de
2006 e 2007, a menor variação
foi de 4,38%, para a manutenção do cartão de débito, ainda
assim acima da inflação.
Já a taxa de manutenção média da conta corrente ficou
13,87% mais cara, com teto de
R$ 9 no HSBC e no Itaú e piso
de R$ 7 na Nossa Caixa. No Safra, o serviço nem é cobrado.
A orientação do órgão para o
consumidor é analisar os pacotes/cestas de serviços oferecidos pelos bancos, de acordo
com o seu perfil, e comparar se
vale mais a pena do que pagar
tarifas avulsas. "Hoje em dia, os
bancos costumam abrir as contas já com pacotes que, muitas
vezes, os consumidores nem
sabem o que incluem. Há muitas opções [de serviços] que
eles nem usam", ressaltou Cristina Martinussi.
O Procon-SP criou o perfil de
um cliente hipotético que utiliza regularmente os principais
serviços necessários à movimentação da conta corrente e
constatou que, entre 2006 e
2007, o valor do pacote caiu
5,07%, ao contrário das tarifas
avulsas, que só aumentaram. O
dado, no entanto, pode ter sido
distorcido com a entrada do Safra entre os dez bancos pesquisados, já que, até o ano passado,
o Santander e o Banespa eram
analisados separadamente.
Esse cliente hipotético pagaria, em média, R$ 21,34 no pacote mensal, contra R$ 28,95 de
gastos com tarifas avulsas. Mas,
como os hábitos são bem diferentes, esse não é um comparativo que pode ser aplicado para
todos os consumidores.
Para quem optar pelo pacote,
a dica do órgão é ficar atento
para não extrapolar a quantidade de produtos/serviços estipulados, como o número de extratos por mês que são gratuitos, por exemplo.
O Procon-SP pesquisou também os valores do saque e do
extrato no caixa eletrônico,
mas não fez o comparativo nos
12 meses por causa da multiplicidade de formas de cobrança.
O Banco do Brasil, por exemplo, cobra R$ 1,50 por extrato,
contra R$ 0,50 no Safra. Em
dois bancos, só há desembolso
a partir do segundo extrato, de
R$ 1,30 (Caixa) e R$ 1,40 (Itaú).
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