São Paulo, quinta-feira, 03 de abril de 2008

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Banco Mundial propõe "New Deal" agrícola

DE WASHINGTON

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, fez um apelo para que os países acabem com o impasse na Rodada Doha de liberalização comercial, iniciativa tomada em 2001 pela Organização Mundial do Comércio e que não progrediu significativamente até agora. "Há um bom acordo na mesa. É agora ou nunca", disse Zoellick.
O ex-negociador de Comércio Exterior dos EUA, que já foi chamado de "sub do sub do sub" pelo presidente Lula, disse ainda que o diretor-gerente da OMC, Pascal Lamy, pretende realizar uma reunião com os ministros representantes dos países na Rodada nas próximas semanas e que "esse era o momento de decisão". O tema deve ser um dos principais dos Encontros de Primavera do FMI e do Banco Mundial, no fim de semana que vem, em Washington.
Zoellick falou de Doha no contexto do que chamou de "New Deal" (novo acordo, em inglês) para a política alimentar global, referindo-se ao conjunto de políticas implantado pelos EUA durante a Grande Depressão. Para o americano, o acordo comercial poderia ser usado para baratear os preços dos alimentos exportados para países em desenvolvimento.
"Os pobres precisam agora de preços mais baixos de alimentos", afirmou. "Mas o sistema mundial de comércio de agricultura está preso ao passado. O momento de cortar subsídios distorcidos e de abrir os mercados para a importação de alimentos é agora."
Segundo sua proposta, que chamou de "ambiciosa", as reduções das tarifas na agricultura e em bens industriais deverão seguir uma fórmula segundo a qual quanto mais alto o incentivo do governo à agricultura, maior a redução.
Para que o projeto saia do papel, Zoellick exortou pela mobilização de diversos parceiros, entre eles "países de grande experiência agrícola, como o Brasil". (SD)


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