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Apesar de retomada, desemprego não cede
Taxa de desocupação se mantém em 9,7% pelo terceiro mês seguido; setor privado tem melhor mês desde maio de 2007
Dado positivo do emprego faz subir rendimento de títulos do Tesouro, sinal de que investidores já veem chance de Fed elevar o juro
Kevin Lamarque/Reuters
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Obama durante evento ontem em fábrica na Carolina do Norte, em que comentou o desemprego
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Depois que mais de 8 milhões
de pessoas perderam seus empregos durante a crise, o mercado de trabalho dos Estados
Unidos teve no mês passado
seu melhor desempenho desde
março de 2007, com a criação
de 162 mil vagas.
O dado sinaliza uma recuperação econômica mais sólida e
menos dependente de ajuda
governamental, o que pode acelerar a decisão do Fed (o BC dos
EUA) de aumentar a taxa básica de juros do país (entre zero e
0,25 ponto percentual).
Os juros pagos pelos títulos
do Tesouro com prazo de dez
anos, que servem de referência
para os empréstimos ao consumidor, subiram ontem ao
maior nível desde junho passado e aproximaram-se de 4% pela primeira vez desde 2008. É
um indício de que o mercado já
começa a vislumbrar uma alta
na taxa básica de juros.
Ao comentar o resultado, o
presidente dos EUA, Barack
Obama, disse que as medidas
tomadas pelo governo "estão
nos ajudando a superar a recessão". "O que podemos ver é que
a pior fase da crise chegou ao
fim e que teremos dias melhores pela frente", afirmou na Carolina do Norte, onde tratou
justamente de seus planos de
criação de empregos.
Do total das contratações, o
setor privado foi responsável
pela criação de 123 mil vagas
(76% do mês), o melhor desempenho desde maio de 2007.
"Todas as grandes indústrias,
exceto a de serviços financeiros
e de informação, tiveram ganho
de vagas", disse John Ryding,
economista-chefe da RDQ Economics. "Seja indústria, construção civil, varejo, não importa. Todos os setores estão contratando", ressaltou.
Mas a alta no emprego foi puxada também por postos temporários. No mês passado, foram contratados 48 mil pessoas
para trabalhar no censo dos
EUA. E mais americanos dizem
agora que trabalham meio período, sendo que preferiam fazê-lo em período integral.
Mesmo com o desempenho
positivo em março, a taxa de
desemprego nos EUA se manteve estável em 9,7% pelo terceiro mês seguido. Isso porque
mais pessoas que antes haviam
desistido de procurar emprego
agora tentam se encaixar no
mercado. O número de americanos desempregados hoje
chega a 15 milhões -mais que o
dobro do número registrado
antes do início da recessão no
país, em dezembro de 2007.
E ainda persistem focos de
preocupação quanto à capacidade da retomada sem a ajuda
dos estímulos estatais, pois os
gastos dos consumidores continuam reduzidos, e o mercado
imobiliário, estagnado.
Com o "New York Times" e agências internacionais
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