São Paulo, sexta-feira, 03 de maio de 2002

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GRUDADO

Filme estréia hoje nos Estados Unidos e tenta arrecadar US$ 2 bi

"Homem-Aranha" busca recorde

France Presse
"Mulher-Aranha" em evento na Bolsa de NY, que marca a estréia do filme "Homem-Aranha"


SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

A missão do "Homem-Aranha", que estréia hoje nos EUA e chega no próximo dia 17 ao Brasil, é realmente digna de um super-herói: o filme pretende bater o recorde de bilheteria de abertura; quer faturar US$ 2 bilhões mundialmente, entre ingressos e merchandising; e, de quebra, tem de ajudar o balanço do estúdio Sony, que vem sendo cobrado por sua empresa-irmã japonesa.
A ação baseada no clássico personagem de quadrinhos criado nos anos 60 por Stan Lee custou US$ 139 milhões e chega a 3.615 cinemas e pelo menos 7,5 mil telas nos EUA. Isso deve ajudar no primeiro objetivo, que é ultrapassar o recorde de bilheteria conseguido no primeiro fim-de-semana por um filme, atualmente com a concorrente Universal: seu "O Retorno da Múmia", do ano passado, teve US$ 68,1 milhões.
O mercado cinematográfico já dá a hipótese como certa, e as apostas agora são em torno de quanto o "Homem-Aranha" ultrapassará o recordista anterior. O número mais citado esta semana foi algo entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões a mais. Se for atingido, no entanto, o marco seria um bom pontapé inicial para a segunda fase do ambicioso plano do braço cinematográfico da gigante japonesa do entretenimento: conseguir chegar a US$ 2 bilhões entre bilheteria doméstica e internacional e venda de licenciamento de produtos e alimentos.
O merchandising cinematográfico é um mercado nada desprezível, que movimenta US$ 44 bilhões por ano. Praticamente surgiu com o primeiro episódio de "Guerra nas Estrelas, de George Lucas, em 77, viveu seu auge nos anos 80 e começo dos 90 e precisou da volta da cinessérie espacial, no ano 2000, para ganhar novo fôlego.
Segundo Charles Riotto, presidente da International Licensing Industry Merchandisers, os donos das marcas estão mais cautelosos e evitando vulgarizar seus nomes. A preocupação começou com o trio "O Senhor dos Anéis", "Monstros S.A." e "Harry Potter", todos de 2001.
A britânica J.K. Rowling, por exemplo, autora do livro infanto-juvenil sobre o aprendiz de feiticeiro, proibiu que o nome Potter estivesse ligado a brinquedos violentos ou que incitassem o consumo (apesar da aparente contradição em termos).
Isso não quer dizer que as lojas de NY já não estejam inundadas de produtos que vão do walkie-talkie do Duende Verde à corda de bungee-jump do Homem-Aranha.
Esses números são acompanhados com ansiedade no Japão. No ano fiscal encerrado em 31 de março último, a Sony registrou um faturamento recorde de US$ 60,07 bilhões no mundo todo, mas o lucro caiu 8,6%, para US$ 15,3 bilhões.
A causa do aumento nas vendas tem nome e sobrenome conhecidos; trata-se do PlayStation 2, uma das maiores histórias de sucesso do mercado no ano passado. O mesmo, porém, não se pode dizer do causador da baixa nos lucros.
Os executivos evitam apontar o dedo, mas o fato é que não ajudaram as contas faturamentos medíocres de apostas do estúdio em 2001, como "Ali" (US$ 58 milhões nos EUA) e o que talvez seja um dos piores filmes jamais feitos, "Glitter" (risíveis US$ 4,3 milhões), com a cantora Mariah Carey.



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