São Paulo, quarta-feira, 03 de maio de 2006

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COMÉRCIO EXTERIOR

Saldo fica em US$ 3,097 bi em abril

Superávit da balança comercial tem 1ª queda mensal desde 2001

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O crescimento da economia mundial ainda puxa as exportações brasileiras para níveis recordes, e o dólar barato continua a estimular as importações. Apesar dessa contínua expansão do comércio exterior, porém, alguns números já indicam que o saldo da balança não está mais crescendo na mesma intensidade.
Segundo dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, o país exportou, em média, US$ 544,7 milhões por dia no mês passado, maior resultado nas estatísticas do governo. Já a média diária das importações ficou em US$ 372,6 milhões, valor recorde.
Ainda assim, o saldo da balança comercial de abril, de US$ 3,097 bilhões, ficou abaixo do superávit registrado em abril de 2005, que ficou em US$ 3,87 bilhões. Foi a primeira vez, desde julho de 2001, que o resultado de determinado mês fica abaixo do resultado do mesmo mês do ano anterior.
Para Armando Meziat, secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, os números da balança no mês passado são positivos, mas "possivelmente" sinalizam que o saldo comercial não deve continuar crescendo de forma significativa.
Entre janeiro e abril, o superávit comercial foi de US$ 12,438 bilhões, 2,1% acima do de 2005.
Para José Augusto de Castro, vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), os números recordes do comércio exterior são bons, mas o dólar barato prejudica a exportação de industrializados, como automóveis, e também afeta as empresas nacionais devido à maior concorrência dos importados.
Para Meziat, o crescimento das importações significa que as empresas instaladas no país estão aproveitando o câmbio favorável para comprar novas máquinas e, assim, modernizar sua produção. No mês passado, a importação de bens de capital somou US$ 1,448 bilhão, valor 25% maior do que o registrado em abril de 2005.

Projeção
Pela quinta semana seguida, analistas de mercado consultados pelo BC reduziram suas projeções para a inflação deste ano. Na última pesquisa, feita na sexta-feira, a estimativa para o IPCA era de 4,36% (meta de 4,5% para o ano).
Os analistas ainda acreditam em queda de 0,75 ponto na Selic na próxima reunião do Copom.


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