São Paulo, quarta-feira, 03 de maio de 2006

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Análise de propostas é adiada para 2ª

DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A assembléia da Varig, marcada para apresentar as quatro propostas de investidores interessados na compra da companhia, foi adiada para a próxima segunda-feira por falta de quórum. As ausências do fundo de pensão Aerus e de parte dos credores trabalhistas impediram a realização da assembléia.
Credores afirmaram que o adiamento foi resultado de uma manobra da própria administração da companhia e da consultoria Alvarez & Marsal para aperfeiçoar a proposta defendida pelo governo, de cisão da Varig em duas companhias: a Varig doméstica, que seria leiloada num prazo estimado de 60 dias, e a Varig internacional, que continuaria em recuperação judicial com as dívidas da companhia.
O Aerus informou, por meio de nota, que não compareceu devido a discussões com a administração da Varig. "O objetivo da decisão foi proporcionar mais tempo à empresa na estruturação e no detalhamento da proposta que vem sendo desenvolvida, pela qual se vislumbra a possibilidade de manutenção de um fluxo de recursos ao Aerus."
A proposta do governo conta com a simpatia da maioria dos credores, principalmente por incluir o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas existem dúvidas quanto à realização.
O banco poderia antecipar uma parcela do valor pelo qual a operação doméstica da empresa será vendida em leilão.

Rumores
Durante a assembléia circularam rumores de que o próprio governo teria orientado credores, principalmente as estatais, a tentar suspender a assembléia. Representantes de empresas concorrentes destacaram ter dúvidas sobre quais ativos seriam de fato leiloados na Varig doméstica. Outros credores pediram explicações sobre como seria a divisão dos vôos para o exterior que representam apenas prolongamentos de linhas domésticas.
O presidente da Varig, Marcelo Bottini, destacou que o atraso na votação das propostas não vai interferir no desempenho operacional da empresa.
Fontes de empresas estatais afirmaram que a consultoria Alvarez & Marsal voltou a sondá-las com uma proposta de alongamento ainda maior das dívidas do que o previsto no plano de recuperação judicial. Conforme a nova proposta, o prazo passaria de três anos de carência e sete de pagamento para três de carência e nove de pagamento. Mas ela só será aceita se houver um posicionamento do governo a favor do aumento do prazo.
Na próxima segunda os credores também vão analisar a proposta da Volo do Brasil, a do consultor Jayme Toscano e a do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig). Circulam rumores de que a Volo do Brasil, que tem como acionista o fundo de investimento norte-americano Matlin Patterson, já teria desistido do negócio. (JL e MP)


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