São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2007

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Dia das Mães puxa vendas em abril em São Paulo

No mês passado, consultas ao SPC cresceram 7,5%, e ao Usecheque, 6% ante igual mês de 2006, segundo a ACSP

Número de carnês em atraso sobe 9,2% em abril sobre igual mês de 2006; inadimplência é a mais alta para esse mês desde 2002


FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O Dia das Mães puxou as vendas do comércio em São Paulo no final de abril. No mês passado, as consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), indicador das vendas a prazo, subiram 7,5%, e, ao Usecheque, termômetro das vendas à vista, 6%, sobre igual mês de 2006.
Essa expansão, segundo informa a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que administra os dois serviços, superou as expectativas dos lojistas. No primeiro trimestre, as consultas ao SPC subiram 4,7%, e, ao Usecheque, 3,4% sobre igual período do ano passado.
"Na nossa avaliação, houve antecipação de compras para o Dia das Mães nos últimos dias de abril", afirma Emílio Alfieri, economista da ACSP.
A inadimplência voltou a subir em abril. O número de carnês em atraso aumentou 9,2% no mês passado em relação a igual mês de 2006. E o número de carnês em atraso que foram quitados subiu 3,7%, no período. "A inadimplência continua subindo, mas os números ainda não são alarmantes", diz.
Em abril, segundo cálculo da associação, de cada 100 carnês emitidos, 8,1 têm prestações em atraso. Em março, eram 7,1 carnês; em fevereiro, 6,3 carnês e, em janeiro, 5,6 carnês. Em abril do ano passado, eram 6,8 carnês em atraso. "O que dá para dizer é que a inadimplência de abril é a mais alta do mês de abril desde 2002, quando chegou a 9,4 carnês em atraso a cada cem carnês emitidos", diz.
O crescimento nas vendas em abril pode ter sido pontual, na avaliação de Alfieri, o que seria reflexo da antecipação de compras para o Dia das Mães.
"Não dá para dizer que a expansão de vendas é tendência. O comércio deve vender neste ano entre 5% e 6% a mais do que em 2006, na média dos dois serviços [SPC e Usecheque]." No ano passado, as consultas ao SPC e ao Usecheque cresceram 4,5% em relação a 2005.
As vendas de automóveis e comerciais leves também cresceram em abril sobre abril de 2006 -alta de 36,6%, de 124,3 mil unidades para 169,9 mil unidades. Na comparação com março, houve queda de 7,5%, segundo informa a Fenabrave, federação dos distribuidores de veículos. Para a federação, a queda nas vendas de abril em relação a março é reflexo do número menor de dias úteis no mês passado -20 dias em abril e 22 dias em março.
"Não há dúvida, desde meados do ano passado o consumo está em recuperação, que é lenta, gradual, suave, mas progressiva", afirma Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores.
Essa recuperação, na sua avaliação, é reflexo do crescimento da massa salarial, da queda dos juros e do alongamento dos prazos de financiamento. "Estamos diante de um cenário auspicioso."
Para Silveira, porém, o país não tem estrutura para dar arrancada maior do que a que se verifica atualmente nas vendas. "Os juros ainda são elevados. O emprego cresce, mas não na velocidade que o país precisa."


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