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Grau de investimento leva Bolsa a recordes
Bovespa fecha com volume inédito de negócios e a maior pontuação da história, após se valorizar em 2,2% ontem; dólar volta a cair
Pregão teve R$ 11,09 bi negociados, contra média diária de R$ 5,9 bi neste ano; dólar recua para R$ 1,65, menor valor desde maio/99
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Ainda sob o impacto da elevação do Brasil a grau de investimento, a Bolsa de Valores de
São Paulo bateu novos recordes
ontem, apoiada em alta de
2,21%. Além de encerrar em
inéditos 69.366 pontos, a Bovespa computou número nunca antes alcançado de negócios,
com 385,7 mil transações.
Neste primeiro momento
após a decisão da agência Standard & Poor's, conhecida na
quarta, a movimentação na Bovespa tem sido intensa. Ontem
foram negociados R$ 11,09 bilhões no pregão -a média diária do ano é de R$ 5,9 bilhões.
A Bovespa subiu 8,7% nos últimos dois pregões. No início
do pregão de ontem, chegou a
subir 4,57% e bateu pela primeira vez em 70.973 pontos.
Depois, perdeu um pouco de fôlego com investidores aproveitando para se desfazer de ações
e embolsar os rápidos lucros alcançados por muitos papéis.
A pontuação da Bolsa de Valores oscila com o sobe-e-desce
das ações. Assim, pontuação recorde indica que as ações nunca
valeram tanto.
Já o dólar desceu mais um
pouco e terminou cotado a R$
1,65, o mais baixo valor desde
10 de maio de 99. Ontem a moeda americana se depreciou em
0,84% diante do real.
"Ninguém esperava que o "investment grade" viesse agora. O
momento é que causou essa
reação tão forte do mercado",
diz Eduardo Favrin, diretor de
renda variável do HSBC Investment. "O mercado é para cima,
desde que não haja nada de
mais grave lá fora", diz Favrin.
A agência de classificação de
risco Standard & Poor's anunciou a promoção do país a "investment grade" na quarta. A
decisão sinaliza aos investidores internacionais que é menos
arriscado aplicar no Brasil hoje
que antes. Muitos analistas e
economistas avaliam que a decisão, ao tornar o Brasil mais
seguro e atraente, tende a trazer mais capital externo para o
mercado local, o que pode derrubar ainda mais o dólar e fortalecer a Bolsa.
O grau de investimento também teve reflexo no desempenho dos títulos da dívida do
Brasil no exterior, que atraíram
mais investidores. O movimento fez com que o risco-país recuasse para 197 pontos no fim
do dia, em seu mais baixo patamar desde novembro de 2007.
Desde quarta, o risco caiu 12%.
A conjunção de o país ser
classificado como grau de investimento com a queda do risco tende a baratear os custos
para as empresas e o governo
quando forem captar recursos
no mercado internacional. E os
prazos de vencimentos das captações devem ser ampliados.
Compras
Na semana, 55 das 66 ações
que estão na nova carteira do
Ibovespa -índice mais relevante da Bolsa brasileira- fecharam com ganhos.
Apenas as ações de Telemar e
Brasil Telecom registraram
perdas fortes -reflexo da operação envolvendo as duas teles.
Os papéis de empresas dos
setores imobiliário e de varejo e
consumo foram os que mais se
beneficiaram do movimento de
compras generalizado.
A ação ON (ordinária) da Gafisa disparou 24,82% na semana, seguida por Rossi Residencial (alta de 24,34%), Cyrela
Realt ON (23,97%) e B2W Varejo (23,06%). O papel preferencial das Lojas Americanas
subiu 16,73% no período.
Quem teve uma recuperação
de destaque foram as ações da
Bovespa e da BM&F, que vinham operando com fortes
perdas nos últimas tempos. A
ação ON da Bovespa subiu 33%
nos últimos dois pregões; as da
BM&F ganharam 30,4%.
"A ausência de indicadores
relevantes para a próxima semana contribui para que os
pregões mantenham esse bom
momento do nosso mercado,
que pode passar por alguns
ajustes técnicos, porém mantendo a tendência de alta. Salvo
notícias externas negativas que
possam reverter o movimento", afirma Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
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