São Paulo, sábado, 03 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Grau de investimento eleva ação de empresas de construção e varejo

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As empresas ligadas aos setores de construção e comércio foram as que se beneficiaram mais imediatamente do grau de investimento obtido pelo Brasil. Do último dia 29 -um dia antes da reclassificação do país- até ontem, ações das companhias desses dois segmentos ficaram entre as cinco mais valorizadas do Ibovespa, segundo levantamento da consultoria Economática.
No topo da lista está a B2W Global, ligada ao comércio eletrônico, com uma valorização de 30,59% no período. Em seguida vêm a construtora Rossi (24,34%), as Lojas Americanas (24%), a Cyrela (21,03%) e a Gafisa (19,60%).
O grau de investimento também tirou de um "nível de deterioração" uma boa parte das companhias ligadas à construção, disse Einar Rivero, economista da Economática. Neste ano, até o último dia 29, apenas ações de três das 35 companhias acompanhadas pela Economática apresentavam rentabilidade positiva. Do dia 29 até ontem, entraram na lista ações de 11 empresas.
Construção e comércio, mais dependentes de crédito, devem passar por uma maior dinamização, explica o sócio-diretor da Bresser Asset Management, Rodrigo Bresser-Pereira. "[A reclassificação] é ótima notícia. O que é claro é que vai haver fluxo de investimento e maior oferta de crédito."
Com a crise imobiliária nos Estados Unidos, os fundos de investimentos americanos e europeus, "que não tinham para onde ir", agora devem voltar os olhos para o setor imobiliário brasileiro, diz Amaryllis Romano, economista da Tendências Consultoria.
Ocorre que, por razões estatutárias, esses fundos ficam impossibilitados de aplicar recursos em países que não têm o "investment grade", aponta Romano. E agora se vêem liberados para investir no país.
"No Brasil, a casa está mais arrumada, e há um mercado imobiliário dinâmico por conta da melhoria de indicadores como emprego e renda. Mas o investimento estrangeiro nesse segmento é irrelevante."
Segundo estimativa da Tendências, o setor de construção deve crescer neste ano 7,3%.
Para Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, o setor deve assistir a um boom por conta do grau de investimento. "Boa parte dos investimentos virá para financiar imóveis."


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.