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Grau de investimento eleva ação de empresas de construção e varejo
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As empresas ligadas aos setores de construção e comércio
foram as que se beneficiaram
mais imediatamente do grau de
investimento obtido pelo Brasil. Do último dia 29 -um dia
antes da reclassificação do
país- até ontem, ações das
companhias desses dois segmentos ficaram entre as cinco
mais valorizadas do Ibovespa,
segundo levantamento da consultoria Economática.
No topo da lista está a B2W
Global, ligada ao comércio eletrônico, com uma valorização
de 30,59% no período. Em seguida vêm a construtora Rossi
(24,34%), as Lojas Americanas
(24%), a Cyrela (21,03%) e a
Gafisa (19,60%).
O grau de investimento também tirou de um "nível de deterioração" uma boa parte das
companhias ligadas à construção, disse Einar Rivero, economista da Economática. Neste
ano, até o último dia 29, apenas
ações de três das 35 companhias acompanhadas pela Economática apresentavam rentabilidade positiva. Do dia 29 até
ontem, entraram na lista ações
de 11 empresas.
Construção e comércio, mais
dependentes de crédito, devem
passar por uma maior dinamização, explica o sócio-diretor
da Bresser Asset Management,
Rodrigo Bresser-Pereira. "[A
reclassificação] é ótima notícia.
O que é claro é que vai haver
fluxo de investimento e maior
oferta de crédito."
Com a crise imobiliária nos
Estados Unidos, os fundos de
investimentos americanos e
europeus, "que não tinham para onde ir", agora devem voltar
os olhos para o setor imobiliário brasileiro, diz Amaryllis Romano, economista da Tendências Consultoria.
Ocorre que, por razões estatutárias, esses fundos ficam impossibilitados de aplicar recursos em países que não têm o
"investment grade", aponta
Romano. E agora se vêem liberados para investir no país.
"No Brasil, a casa está mais
arrumada, e há um mercado
imobiliário dinâmico por conta
da melhoria de indicadores como emprego e renda. Mas o investimento estrangeiro nesse
segmento é irrelevante."
Segundo estimativa da Tendências, o setor de construção
deve crescer neste ano 7,3%.
Para Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, o setor deve assistir a um boom por
conta do grau de investimento.
"Boa parte dos investimentos
virá para financiar imóveis."
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