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Nova classificação é um "golaço" do Brasil, diz jornal argentino
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
"Um golaço dos brasileiros
que a Argentina observa de longe." Foi assim que o jornal argentino "El Cronista" anunciou
ontem a qualificação do Brasil
como grau de investimento pela agência de risco Standard
and Poor's. "A Bovespa em recorde histórico promete que os
fundos seguirão inundando a
praça paulista", diz o jornal.
Sem deixar de lado a clássica
rivalidade entre os vizinhos, os
diários repercutiram ontem (os
jornais do país não circulam no
1º de maio) a notícia positiva
para o Brasil em comparação à
imagem desfavorável da Argentina nos mercados estrangeiros.
"A Argentina vive uma realidade oposta", escreve o jornal
"La Nación", afirmando que, na
sexta-feira passada, depois da
renúncia do então ministro da
Economia, Martín Lousteau, e
diante de uma "deterioração do
clima financeiro e político", a
mesma agência reduziu de estável para negativa a classificação da Argentina.
O diário ressalta ainda que,
enquanto o Brasil recebe o grau
de investimento, cresce o risco-país argentino.
Em sua página na internet, o
jornal "Perfil" afirma que a Argentina, com sua qualificação
B+ negativa, "está muito longe
do grau de investimento".
Terceiro colocado
Já o "Clarín", o mais vendido
no país, destaca que "agora só
Chile e México brilham mais
que o Brasil na região em investimentos em moeda estrangeira a longo prazo".
Em editorial que avalia a posição da Argentina na região, o
editor-chefe do jornal, Daniel
Canedo, escreve que o Brasil
ganhou o reconhecimento "pelo tamanho do mercado, mas,
essencialmente, por convencimento político das vantagens
de manter algumas regras do
jogo básicas ao longo do tempo".
Canedo afirma ainda que a
Argentina se encontra longe da
estratégia brasileira "de criar
condições para seduzir investimentos que serão muito necessários".
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