São Paulo, sábado, 03 de maio de 2008

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Nova classificação é um "golaço" do Brasil, diz jornal argentino

ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

"Um golaço dos brasileiros que a Argentina observa de longe." Foi assim que o jornal argentino "El Cronista" anunciou ontem a qualificação do Brasil como grau de investimento pela agência de risco Standard and Poor's. "A Bovespa em recorde histórico promete que os fundos seguirão inundando a praça paulista", diz o jornal.
Sem deixar de lado a clássica rivalidade entre os vizinhos, os diários repercutiram ontem (os jornais do país não circulam no 1º de maio) a notícia positiva para o Brasil em comparação à imagem desfavorável da Argentina nos mercados estrangeiros.
"A Argentina vive uma realidade oposta", escreve o jornal "La Nación", afirmando que, na sexta-feira passada, depois da renúncia do então ministro da Economia, Martín Lousteau, e diante de uma "deterioração do clima financeiro e político", a mesma agência reduziu de estável para negativa a classificação da Argentina.
O diário ressalta ainda que, enquanto o Brasil recebe o grau de investimento, cresce o risco-país argentino.
Em sua página na internet, o jornal "Perfil" afirma que a Argentina, com sua qualificação B+ negativa, "está muito longe do grau de investimento".

Terceiro colocado
Já o "Clarín", o mais vendido no país, destaca que "agora só Chile e México brilham mais que o Brasil na região em investimentos em moeda estrangeira a longo prazo".
Em editorial que avalia a posição da Argentina na região, o editor-chefe do jornal, Daniel Canedo, escreve que o Brasil ganhou o reconhecimento "pelo tamanho do mercado, mas, essencialmente, por convencimento político das vantagens de manter algumas regras do jogo básicas ao longo do tempo".
Canedo afirma ainda que a Argentina se encontra longe da estratégia brasileira "de criar condições para seduzir investimentos que serão muito necessários".


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