São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Setor elétrico quer reforma tributária

O Instituto Acende Brasil (que reúne investidores em energia) vai propor reforma tributária do setor elétrico aos candidatos à Presidência da República. A ideia é mudar a forma de cobrança do ICMS, do PIS e da Cofins na conta de luz.
No caso do tributo estadual ICMS, que pode variar entre 25% e 35%, a depender do Estado -sem considerar o chamado "cálculo por dentro", que eleva a tributação para níveis entre 33,3% a 53,8% da conta-, a proposta é reduzir de maneira gradual o peso do imposto até 2010 e atingir o nível de 12%.
A ideia é evitar, por exemplo, a cobrança de ICMS sobre contas não pagas. Prefeituras não pagam contas de luz, mas contribuem no consumo para elevar sua participação na fatia distribuída do ICMS. Outra proposta é excluir valores dos encargos do sistema no cálculo do ICMS, como ocorre hoje.
No PIS e na Cofins, o setor quer voltar ao regime cumulativo, forma anterior à mudança de 2004. A alteração resultou em elevação da alíquota sobre o setor, que era de 3,65%. Hoje, supera 8%. O setor elétrico também pede exclusão dos encargos embutidos na conta do cálculo do PIS e da Cofins.
Para Claudio Salles, presidente do instituto, os gestores dos encargos cobrados na conta de luz devem dar mais transparência à aplicação dos recursos. O setor considera obscuro o destino de boa parte do valor arrecadado dos consumidores.
A organização cita, por exemplo, o encargo que financia a compra de combustíveis para a geração térmica em sistemas isolados, as dúvidas sobre a prerrogativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico em gerar com térmicas a gás natural ou mesmo o destino dado pela Eletrobras para o fundo Reserva Global de Reversão, o encargo mais antigo do setor elétrico que hoje financia projetos como o Luz Para Todos.

Seguro rural cresce, mas enfrenta gargalo

Apesar do aumento do mercado de seguro rural no ano passado, o setor ainda enfrenta gargalos.
Na avaliação do economista Pedro Loyola, da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), o governo precisa disponibilizar mais recursos para o programa de subvenção e aprovar no Congresso o Fundo de Catástrofe (uma espécie de resseguro para o setor).
Já as seguradoras devem ampliar a cobertura oferecida pela produtividade e criar um seguro para a perda de qualidade, segundo Loyola.
No ano passado, o Ministério da Agricultura aplicou R$ 260 milhões no pagamento de subvenção, uma alta de 65%. Pelo programa, o ministério paga parte do prêmio do seguro e repassa a diferença para a seguradora.
Para 2010, porém, foram aprovados no Orçamento R$ 238 milhões para o programa. "A demanda que existe na subvenção é bem maior, de R$ 560 milhões", diz.
A área segurada no país cresceu 40% no ano passado, para 6,7 milhões de hectares, o que representa 10% da área ocupada pela agricultura.

CARRINHO CHEIO
A rede de supermercados paranaense Condor Super Center, que possui 29 lojas, entre super e hipermercados, em 11 cidades do Estado, pretende investir R$ 80 milhões neste ano, de acordo com Pedro Joanir Zonta, presidente e fundador da empresa. "Planejamos reformas e abertura de novas lojas para expandir a rede e modernizar instalações, principalmente na área de refrigeração, onde existe muita novidade em tecnologia", afirma Zonta. Entre recursos próprios e apoio do BNDES, a rede acaba de reinaugurar uma unidade reformada, com cerca de R$ 10 milhões, em Curitiba. Também estão previstos uma nova loja na capital, que deve ficar pronta em julho, um hipermercado, em novembro, além de outras reformulações nas lojas.

NO CARRO
Quem optou por abastecer com etanol na capital paulista em abril economizou 9,37% e pagou em média R$ 1,54/litro ao encher o tanque, segundo pesquisa do Ticket Car. O álcool foi opção melhor para os paulistanos com veículos flex. Quem usou gasolina pagou preço médio de R$ 2,50 o litro. No restante do Brasil, o etanol recupera vantagem. Paraná lidera a lista de vantagem para abastecimento com etanol: a diferença sobre a gasolina chega a 39,2%, seguido de São Paulo e Goiás.

MAPA
Segundo a mesma pesquisa do Ticket Car, é possível encontrar álcool e gasolina pelos melhores preços nas zonas leste e norte de São Paulo. Os maiores valores estão no centro e na região sul. O motorista que abastece no bairro Santa Cecília chega a pagar R$ 1,70 pelo litro do álcool, enquanto no bairro do Limão o valor cobrado pelo mesmo combustível é R$ 1,38. Ticket Car é o produto de gestão de despesas de veículos da Ticket, que faz levantamento mensal em mais de 8.000 postos.

SEGURADOS
O setor de seguros está aquecido, segundo a consultoria Asap, que recruta executivos de média gerência. Nas recolocações da empresa no mercado financeiro, 29% vão para a área de seguros. Cerca de 41% das vagas representam aumento de quadro; 29%, substituição e 30% referem-se a novas vagas. As áreas de atuação dessas vagas estão distribuídas em técnicas, de distribuição, atuarial, contabilidade, estatística, informática, marketing, recursos humanos e financeiro.

TRABALHADOR
Após uma contratação temporária, o risco de o profissional permanecer desempregado cai em média 66%, segundo estudo que será apresentado no Congresso Mundial de Terceirização e Trabalho Temporário, em SP, nos dias 27 e 28 de maio.

AGULHA
O segmento de cama, mesa e banho teve alta de 3% nas vendas em abril, na comparação com março, segundo o Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos de SP.

PILOTO EM SERVIÇO
Há dois meses à frente do grupo Facility, David Barioni Neto, que deixou a presidência da TAM no ano passado, tem como meta ampliar o número de clientes no setor privado e em outros Estados. Em 2009, a companhia teve faturamento de R$ 700 milhões. Barioni quer fechar este ano com R$ 1 bilhão. Hoje, 80% da receita da empresa vem do setor público. "O setor de serviços tem a vantagem de ser uma área que não sofre concorrência do mercado externo", diz Barioni. A Facility é uma empresa de gestão de serviços corporativos, que atua nas áreas de alimentação, tecnologia da informação, gestão compartilhada em hospitais, entre outras.


com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e AGNALDO BRITO


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