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Governo quer combater "importabando"
Fazenda prepara convênio com setor de têxteis para reduzir a sonegação de impostos nas importações
DA REPORTAGEM LOCAL
Combater o "importabando": esta é uma das bandeiras
erguidas pelo governo para melhorar a situação do setor têxtil
nacional, que vive momento
delicado em razão da concorrência agressiva dos países
asiáticos, em especial a China.
O termo "importabando" foi
cunhado pelo secretário de Política Econômica do Ministério
da Fazenda, Júlio Gomes de Almeida, para indicar uma manobra usada para legalizar importações de têxteis que leva à sonegação de impostos.
Segundo Almeida, trata-se
daquela "importação que tem
um misto de legalidade e de ilegalidade", que significa uma redução de impostos para o governo e uma concorrência desleal para o setor nacional.
O "importabando" ocorre
porque certos importadores indicam que estão trazendo determinado produto têxtil que
se enquadra em uma alíquota
mais baixa de imposto, quando,
na verdade, estão colocando no
país outro tipo de produto, que
deveria pagar mais imposto.
Para resolver o problema, Almeida disse que o governo estuda medidas na área de fiscalização, incluindo convênio técnico do setor têxtil com a Receita Federal para ajudar na
identificação da sonegação.
Segundo ele, em geral, os fiscais não conseguem identificar
certas características dos produtos importados que podem
provocar sonegação.
Pelo acordo, o setor têxtil
oferece know-how na identificação dos produtos. "Esse tipo
de convênio pode ajudar o governo a fiscalizar melhor", diz
Almeida, que prega, também, o
combate ao contrabando.
Câmara setorial
Almeida participou ontem,
em São Paulo, de um encontro
de representantes do setor têxtil com o ministro da Fazenda,
Guido Mantega. Ali foram lançadas as bases para uma câmara interministerial da indústria
têxtil que buscará propostas
para reverter a crise setorial.
Sobre a possibilidade de adoção de isenção de impostos para os têxteis, o secretário foi direto: "O governo tem evitado
bastante essa questão".
O presidente do Sinditêxtil-SP (Sindicato das Indústrias
Têxteis do Estado de São Paulo), Rafael Cervone Netto, afirmou que, se o setor conseguir,
com o governo, implementar as
ações que está propondo, poderá gerar 1 milhão de empregos
em até cinco anos.
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