São Paulo, terça-feira, 03 de junho de 2008

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Impasse na Anatel gera atraso na venda da BrT para a Oi

Um impasse entre conselheiros da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) vem atrasando a aprovação do texto final para as alterações no PGO (Plano Geral de Outorgas) necessárias para viabilizar a compra da Brasil Telecom pela Oi.
Depois de duas tentativas frustradas, um novo texto será votado amanhã em reunião do conselho do órgão regulador. As chances de um consenso, no entanto, são mínimas.
O problema é que os quatro conselheiros da Anatel estão divididos e uma vaga ainda não foi preenchida. Os conselheiros Pedro Jaime Ziller, relator da proposta, e Plínio de Aguiar Júnior impõem obstáculos. Eles querem que a parte de transmissão de dados seja separada das duas empresas (Oi e BrT), com o que as teles não concordam. Já o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, e Antônio Bedran não se opõem à operação. Para o texto do novo PGO ser encaminhado à consultoria pública, no entanto, é necessário maioria simples.
Uma das alternativas que estão sendo discutidas é a nomeação de um quinto conselheiro. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, chegou a indicar dois nomes. Um deles é o de Emília Maria Silva Ribeiro, que também contava com o apoio do senador José Sarney. O outro nome é o ex-conselheiro da Anatel Jarbas Valente, que também é indicação do PMDB.
Há ainda um terceiro nome na mesa, do acadêmico Márcio Woller, que seria indicação de Dima Rousseff (Casa Civil) e de Luciano Coutinho (BNDES). Os três já passaram pelo crivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o martelo ainda não foi batido. A indicação de um quinto integrante para o conselho estaria, portanto, diante de um outro impasse.
Hélio Costa espera solucionar esse dilema nas próximas semanas.
A demora de decisão na Anatel preocupa os acionistas da Oi. A empresa tem um prazo de até 240 dias contados a partir da assinatura do fato relevante anunciando a compra da Brasil Telecom, no dia 25 de abril, para sacramentar o negócio. Caso contrário, a Oi terá que pagar à BrT uma multa indenizatória de R$ 490 milhões.

ARIGATÔ

No ano do centenário da imigração japonesa, o Sebrae-SP acaba de abrir uma versão para decasséguis do curso Empretec - cujo método foi criado pela ONU para promover empreendedorismo em países emergentes. A idéia, segundo o coordenador Milton Fumio, é orientar os brasileiros que vão ao Japão para juntar dinheiro. Segundo o Sebrae, os decasséguis ficam de cinco a sete anos no Japão e voltam com cerca de US$ 70 mil. A metade quer voltar ao Brasil e abrir negócio, mas muitos não mantêm as empresas por falta de planejamento e voltam ao Japão para reiniciar a poupança. Muitos fazem a viagem três vezes. "Cerca de 62% dos decasséguis que montam empresa fecham antes de completar dois anos", diz Fumio. O índice de fechamento é mais alto do que a média geral das micro e pequenas empresas brasileiras.

Empresas começam a focar em gestão de projeto, diz estudo

As empresas começam a estabelecer critérios mais eficientes para garantir o cumprimento dos seus objetivos, segundo estudo do Project Management Institute Brasil, entidade internacional que regulamenta os profissionais que cuidam da gestão de projetos.
A pesquisa foi realizada com 84 empresas, entre elas Petrobras, Nestlé, Vale, IBM e Lojas Renner. Do total de entrevistados, 81% responderam que a gestão de projetos contribui para o comprometimento com os resultados e 66%, que aumenta a satisfação do cliente.
A primeira pesquisa foi feita em 2003. "Nesses cinco anos, as empresas amadureceram e melhoraram em razão do investimento em capacitação, em ferramentas como softwares e na criação de metodologias", diz Américo Pinto, coordenador-geral do estudo.
Apesar do resultado positivo, entretanto, mais de 60% dos entrevistados dizem que o cumprimento de prazos ainda é o principal problema para realizar os projetos da empresa.
Também foram citados por mais da metade dos empresários como problemas as falhas de comunicação, as mudanças constantes de intenção e os recursos humanos insuficientes.
"Mesmo com o percentual alto, o resultado melhorou. Em 2005, o número de empresas com dificuldades para cumprir prazos e custos chegava perto de 90%", diz o coordenador.
Outro reflexo da valorização da gestão de projetos é que as empresas passaram a contratar profissionais mais qualificados. De acordo com o levantamento, 65% dos responsáveis pelos projetos das empresas têm certificação PMP (Project Management Professional), conferida pelo Project Management Institute Brasil.

PESOS PESADOS
Nizan Guanaes participou no fim de semana, em Mônaco, da cerimônia que indicou, entre representantes de 43 países, o vencedor mundial do prêmio Empreendedor do Ano, organizado pela Ernst & Young. Nizan circulou entre os pesos pesados e voltou com planos de convidá-los para um seminário no Brasil em 2009. Entre os participantes, estava o presidente da New Hope Group, Liu Yonghao, pioneiro do setor bancário na China, um dos dez homens mais ricos daquele país e que perdeu sua família no terremoto em Sichuan, em maio. Estava lá Isaac Larian, representante dos EUA e presidente da MGA Entertainment, dono da marca de bonecas Bratz, que viraram febre no mundo todo. O vencedor foi o suíço Jean-Paul Clozel, da Actelion Pharmaceuticals, de biotecnologia, líder no desenvolvimento de drogas para doenças pulmonares.

BOLSO CHEIO
O HSBC, único banco no shopping Cidade Jardim, abriu as portas ontem no empreendimento. Abocanhou a conta dos 2.500 funcionários das lojas -mil deles são "premier", clientes com renda mensal acima de R$ 5.000.

CADEIRAS
André Johannpeter, presidente do grupo Gerdau, foi confirmado ontem para a vice-presidência do Instituto Brasileiro da Siderurgia. A posse será hoje, no Rio. A presidência fica com o atual vice, Flávio Azevedo, presidente da V&M Brasil.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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