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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Impasse na Anatel gera atraso na venda da BrT para a Oi
Um impasse entre conselheiros da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) vem
atrasando a aprovação do texto
final para as alterações no PGO
(Plano Geral de Outorgas) necessárias para viabilizar a compra da Brasil Telecom pela Oi.
Depois de duas tentativas
frustradas, um novo texto será
votado amanhã em reunião do
conselho do órgão regulador.
As chances de um consenso, no
entanto, são mínimas.
O problema é que os quatro
conselheiros da Anatel estão
divididos e uma vaga ainda não
foi preenchida. Os conselheiros
Pedro Jaime Ziller, relator da
proposta, e Plínio de Aguiar Júnior impõem obstáculos. Eles
querem que a parte de transmissão de dados seja separada
das duas empresas (Oi e BrT),
com o que as teles não concordam. Já o presidente da Anatel,
Ronaldo Sardenberg, e Antônio
Bedran não se opõem à operação. Para o texto do novo PGO
ser encaminhado à consultoria
pública, no entanto, é necessário maioria simples.
Uma das alternativas que estão sendo discutidas é a nomeação de um quinto conselheiro.
O ministro das Comunicações,
Hélio Costa, chegou a indicar
dois nomes. Um deles é o de
Emília Maria Silva Ribeiro, que
também contava com o apoio
do senador José Sarney. O outro nome é o ex-conselheiro da
Anatel Jarbas Valente, que
também é indicação do PMDB.
Há ainda um terceiro nome
na mesa, do acadêmico Márcio
Woller, que seria indicação de
Dima Rousseff (Casa Civil) e de
Luciano Coutinho (BNDES).
Os três já passaram pelo crivo
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, mas o martelo ainda
não foi batido. A indicação de
um quinto integrante para o
conselho estaria, portanto,
diante de um outro impasse.
Hélio Costa espera solucionar esse dilema nas próximas
semanas.
A demora de decisão na Anatel preocupa os acionistas da
Oi. A empresa tem um prazo de
até 240 dias contados a partir
da assinatura do fato relevante
anunciando a compra da Brasil
Telecom, no dia 25 de abril, para sacramentar o negócio. Caso
contrário, a Oi terá que pagar à
BrT uma multa indenizatória
de R$ 490 milhões.
ARIGATÔ
No ano do centenário da imigração japonesa, o Sebrae-SP
acaba de abrir uma versão para decasséguis do curso Empretec - cujo método foi criado pela ONU para promover empreendedorismo em países emergentes. A idéia, segundo
o coordenador Milton Fumio, é orientar os brasileiros que
vão ao Japão para juntar dinheiro. Segundo o Sebrae, os decasséguis ficam de cinco a sete anos no Japão e voltam com cerca de US$ 70 mil. A metade quer voltar ao Brasil e abrir
negócio, mas muitos não mantêm as empresas por falta de
planejamento e voltam ao Japão para reiniciar a poupança.
Muitos fazem a viagem três vezes. "Cerca de 62% dos decasséguis que montam empresa fecham antes de completar dois anos", diz Fumio. O índice de fechamento é mais alto do que
a média geral das micro e pequenas empresas brasileiras.
Empresas começam a focar em gestão de projeto, diz estudo
As empresas começam a estabelecer critérios mais eficientes para garantir o cumprimento dos seus objetivos, segundo estudo do Project Management Institute Brasil, entidade internacional que regulamenta os profissionais que cuidam da gestão de projetos.
A pesquisa foi realizada com
84 empresas, entre elas Petrobras, Nestlé, Vale, IBM e Lojas
Renner. Do total de entrevistados, 81% responderam que a
gestão de projetos contribui
para o comprometimento com
os resultados e 66%, que aumenta a satisfação do cliente.
A primeira pesquisa foi feita
em 2003. "Nesses cinco anos,
as empresas amadureceram e
melhoraram em razão do investimento em capacitação, em
ferramentas como softwares e
na criação de metodologias",
diz Américo Pinto, coordenador-geral do estudo.
Apesar do resultado positivo,
entretanto, mais de 60% dos
entrevistados dizem que o
cumprimento de prazos ainda é
o principal problema para realizar os projetos da empresa.
Também foram citados por
mais da metade dos empresários como problemas as falhas
de comunicação, as mudanças
constantes de intenção e os recursos humanos insuficientes.
"Mesmo com o percentual alto, o resultado melhorou. Em
2005, o número de empresas
com dificuldades para cumprir
prazos e custos chegava perto
de 90%", diz o coordenador.
Outro reflexo da valorização
da gestão de projetos é que as
empresas passaram a contratar
profissionais mais qualificados.
De acordo com o levantamento, 65% dos responsáveis pelos
projetos das empresas têm certificação PMP (Project Management Professional), conferida pelo Project Management Institute Brasil.
PESOS PESADOS
Nizan Guanaes participou
no fim de semana, em Mônaco, da cerimônia que indicou, entre representantes de
43 países, o vencedor mundial do prêmio Empreendedor do Ano, organizado pela
Ernst & Young. Nizan circulou entre os pesos pesados e
voltou com planos de convidá-los para um seminário no
Brasil em 2009. Entre os
participantes, estava o presidente da New Hope Group,
Liu Yonghao, pioneiro do setor bancário na China, um
dos dez homens mais ricos
daquele país e que perdeu
sua família no terremoto em
Sichuan, em maio. Estava lá
Isaac Larian, representante
dos EUA e presidente da
MGA Entertainment, dono
da marca de bonecas Bratz,
que viraram febre no mundo
todo. O vencedor foi o suíço
Jean-Paul Clozel, da Actelion Pharmaceuticals, de
biotecnologia, líder no desenvolvimento de drogas
para doenças pulmonares.
BOLSO CHEIO
O HSBC, único banco no
shopping Cidade Jardim,
abriu as portas ontem no
empreendimento. Abocanhou a conta dos 2.500 funcionários das lojas -mil deles são "premier", clientes
com renda mensal acima de
R$ 5.000.
CADEIRAS
André Johannpeter, presidente do grupo Gerdau, foi
confirmado ontem para a vice-presidência do Instituto
Brasileiro da Siderurgia. A
posse será hoje, no Rio. A
presidência fica com o atual
vice, Flávio Azevedo, presidente da V&M Brasil.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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