São Paulo, terça-feira, 03 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bolsa cai 0,96% com cenário negativo no exterior

Nos EUA, bancos têm nota rebaixada por agência

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A semana não começou bem para o mercado acionário. Investidores se depararam com quedas nas principais Bolsas de Valores pelo mundo. No Brasil, a Bovespa não conseguiu se descolar e encerrou o pregão com baixa de 0,96%.
Notícias vindas do setor financeiro estiveram no centro do desânimo que tomou o mercado. As Bolsas abriram com a informação de que o banco americano Wachovia dispensou seu presidente-executivo, decisão motivada ainda pelas perdas provocadas pela crise de crédito imobiliário de alto risco. Outra informação mal recebida foi o rebaixamento das notas de risco dos bancos Lehman Brothers, Merrill Lynch e Morgan Stanley pela agência Standard & Poor's.
Em Wall Street, o índice Dow Jones recuou 1,06%. A Nasdaq teve perdas de 1,23%.
Na Europa, houve queda de 1,24% em Frankfurt e de 0,76% em Londres.
Ontem, foi divulgado nos EUA o resultado do setor manufatureiro, que deu sinais de recuperação em maio. Porém o indicador ainda está em um nível que aponta retração.
As perdas do setor bancário foram relevantes no resultado da Bolsa de Nova York. A ação do Lehman Brothers foi a que mais sofreu ontem, com queda expressiva de 8,1%. Outros fortes baixas ficaram com Merrill Lynch, que recuou 2,96%, Morgan Stanley (-2,55%) e JPMorgan Chase (-1,98%).
Na Bovespa, o mercado desfavorável fez o volume negociado perder fôlego. Ontem, foram movimentados R$ 6,03 bilhões na Bolsa. Nos três pregões anteriores, a média foi de R$ 8,1 bilhões.
A Bovespa só não teve um dia mais fraco devido à valorização das ações da Petrobras, que subiram 1,81% (ON) e 1,61% (PN).
O setor bancário também teve um dia ruim no mercado local. Entre as maiores instituições financeiras, as baixas mais pesadas ficaram com: Itaú PN (-4,33%), Banco do Brasil ON (-2,67%), Bradesco PN (-2,54%) e Unibanco UNT (-2,13%).
O pregão foi ruim para o setor, apesar de o mercado esperar que o Copom siga com o ciclo de elevação da taxa Selic -referência para os juros praticados no mercado. Como o país vive um cenário de expansão do crédito, os bancos atravessam um momento ainda bem favorável a seus resultados.
O Copom anuncia na noite de amanhã como fica a taxa Selic. A maioria do mercado conta com uma alta de 0,50 ponto, o que levaria a taxa básica de 11,75% para 12,25%. Uma outra parcela fala em elevação de 0,75 ponto na taxa.
No pregão da BM&F, os juros futuros projetados nos contratos com vencimento mais curto subiram de 12,04% na sexta para 12,06% ontem.
A reação do mercado de câmbio ao dia negativo foi de alta na cotação do dólar. A moeda norte-americana terminou o dia cotada a R$ 1,633, com apreciação de 0,31% diante do real.


Texto Anterior: Combustível: Conversão de veículos para GNV cai pela metade no país
Próximo Texto: Alta do juro: Ibovespa pode cair para 65 mil pontos, diz Citi
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.