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Varig estrangula rotas internacionais
Quantidade de vôos diários partindo do Brasil caiu 25% para Madri e 50% para Milão; no país, aérea só voa para 14 destinos
TAM, Gol, Ocean Air, BRA e Rico substituíram rotas domésticas, principal problema é atendimento das internacionais
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
De um ano para cá, a Varig
deixou de voar para 22 cidades
brasileiras e 15 no exterior.
TAM, Gol, Ocean Air, BRA e Rico vêm substituindo os vôos
domésticos. Mas no caso dos
internacionais o problema é
maior, principalmente Madri,
na Espanha, e Milão, na Itália,
para onde a quantidade de vôos
diários partindo do Brasil caiu,
respectivamente, 25% e 50%.
Segundo levantamento realizado pelo consultor especializado Paulo Bittencourt Sampaio, a Varig, que servia 36 cidades no Brasil em junho do ano
passado, quando tinha 25,9%
do mercado, opera vôos hoje
para apenas 14 destinos. Atualmente a empresa tem 12,8% de
"market share" doméstico.
Em séria crise financeira, e
sem poder pagar pela manutenção de parte de sua frota,
além de problemas com empresas de leasing, a aérea teve que
deixar aviões no chão e cortar,
ao menos temporariamente, as
rotas menos rentáveis.
Entre as 22 linhas no Brasil
que foram cortadas, estão destinos importantes como Porto
Seguro, Belo Horizonte, Maceió, Natal e Aracajú, entre outros. De acordo com Sampaio,
nenhuma cidade ficou desassistida com a paralisação parcial forçada da Varig.
"Cidades como Caxias do Sul,
Maringá, Campinas, Navegantes e Vitória, entre outras, estão
sendo atendidas por TAM e
Gol", afirma o consultor.
Ele lembra que no caso de
Passo Fundo e Chapecó, outros
destinos que não são mais servidos pela Varig, a Ocean Air
passou a operar diariamente.
Outras cidades para as quais a
companhia parou de voar, como Cruzeiro do Sul, Petrolina e
Rio Branco, entre outras, são
operadas por empresas como
Rico, BRA, Ocean Air e Gol.
"Nenhuma cidade ficou desassistida, e em termos de freqüências também não houve
grandes reduções. Com os investimentos pesados que a
TAM e a Gol estão fazendo em
aviões, ambas estão ocupando
mercado com uma rapidez
muito grande. Em cidades menores a Ocean Air está entrando com os Fokker-100, e no caso da Amazônia a Rico está assumindo as linhas."
Durante as férias de julho, dizem especialistas, pode haver
estrangulamento em algumas
linhas domésticas. Isso porque
este é um mês de férias para estudantes, o que incentiva o turismo, mas ao mesmo tempo os
executivos continuam a viajar a
trabalho. Ou seja, são duas demandas somadas.
Analistas recordam, entretanto, que até o final do ano
TAM e Gol vão receber uma
quantidade de aviões que perfazem uma oferta equivalente
ao que a Varig voa nos mercados doméstico e internacional.
As duas companhias aéreas,
que juntas têm quase 80% do
mercado, vêm anunciando
compras de aviões em decorrência da demanda aquecida.
A TAM informou na semana
passada que assinou um memorando de entendimento
com a Airbus para comprar 37
aviões. Também nesta semana,
a Gol anunciou uma revisão para cima de seu plano de frota.
Até o final do ano, a expectativa
da aérea é operar 62 aviões.
A demanda de passageiros no
mercado doméstico cresceu, de
janeiro a maio, 24,3% na comparação com o mesmo período
do ano passado, segundo dados
divulgados pela Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil).
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