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SAIBA MAIS
Rede passa por processo de reestruturação
DA REPORTAGEM LOCAL
A maior rede de atacado do
país tenta ser vendida pela
segunda vez em dois anos
após ter passado por uma
reestruturação interna. Em
2004, na primeira tentativa,
os passivos fiscais atrapalharam na negociação.
A rede pediu US$ 600 milhões, mas o fundo de investimentos americano interessado na operação, o Merrill
Lynch Private Equity, temeu
que futuras cobranças tributárias tornassem o negócio
um mico. O Fisco tem prazo
de cinco anos para cobrar
créditos tributários a contar
da data de pagamento do imposto.
A "novela" volta, mas não
deve impedir a operação. O
que deve acontecer é que o
valor de venda proposto pelo
comando da cadeia -novamente eles querem os US$
600 milhões- deve ser pago
com deságio, apurou a Folha.
Desde 2004, a empresa
tenta colocar a "casa" em ordem sob o comando dos diretores Paulo Rubens de Lima,
Farid Curi e Herberto Uli
Schmeil. A rede foi fundanda
em 1962 em Maringá (PR)
por Alcides Parizotto, atual
dono da construtora Inpar e
já fora da operação.
A venda da cadeia pode ter
reflexo na vida do consumidor de diversas formas. Se o
Makro, segundo no ranking
desse segmento, ficar com o
negócio, pode-se esperar
uma maior concentração no
mercado atacadista, com a liderança disparada do grupo
holandês, que deverá alcançar faturamento anual de R$
8,5 bilhões com a nova operação. Vai ampliar o poder de
barganha do Makro com os
fornecedores e o mesmo deve acontecer se o grupo americano Wal-Mart -um provável vencedor na avaliação
dos analistas- bater o martelo e ficar com as 35 lojas.
A questão é que ao ampliar
a força de negociação com a
indústria, o novo dono do
Atacadão terá a chance de repassar possíveis ganhos no
preço -resultado do aumento no volume de compras-
para o consumidor. Isso, obviamente, em tese. Isso porque esse ganho pode ser embolsado e "turbinar" as margens de lucro da loja
O Wal-Mart é a grande
aposta dos analistas por várias razões. Está em uma clara fase expansionista no país
e quer ganhar maior corpo
na operação por aqui. Tem
recursos financeiros para isso -foi a matriz nos EUA que
assinou os cheques de compra das redes Sonae e BomPreço, adquiridas nos últimos dois anos. Além disso, o
modelo de negócio do Atacadão tem relação direta com o
foco do negócio do Wal-Mart
no país. Ele atende as classes
C e D, tem custos operacionais baixos e chega até mesmo a lembrar, de certa forma, as lojas do Sam's Club (a
bandeira de atacado do Wal-Mart) que a cadeia tem nos
EUA.
(ADRIANA MATTOS)
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