São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2008

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GE sonegou impostos no Brasil, diz jornal

Empresa diz que corrigiu erros cometidos por clientes

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma reportagem publicada no final do mês passado no jornal americano especializado em assuntos tributários "Tax Notes International" acusa a unidade brasileira da GE (General Electric) de sonegar ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e encargos trabalhistas. A empresa diz que os problemas foram causados pela má conduta de alguns fornecedores e clientes, mas já foram resolvidos.
Segundo a reportagem, assinada pelo jornalista David Cay Johnston -ex-repórter do prestigioso "The New York Times" e vencedor do Prêmio Pulitzer de 2001-, o gerente da fábrica de lâmpadas da GE no Rio de Janeiro, Valter Moreira, percebeu, em 2005, que havia um volume de vendas acima do normal para a região da Zona Franca de Manaus.
Ele notificou a direção da empresa, explicando que existe uma diferença de alíquotas de tributos entre as regiões brasileiras -Johnston teve acesso a esse relatório.
De acordo com a GE, Moreira então modificou o procedimento de entrega das mercadorias, assumindo o transporte dos produtos até seu destino para garantir que eles se destinavam às localidades apontadas pelos compradores.
Em seguida, solicitou a todos os clientes que comprovassem suas regiões de atuação, porque, se algum estivesse vendendo para área diferente da indicada, poderia deixar de pagar o ICMS devido em lugares em que a alíquota é maior.
"A grande maioria forneceu as provas", explica Josie Jardim, líder da área de boas práticas da GE no Brasil. "Quanto aos que não comprovaram, tomamos a iniciativa de pagar à Receita US$ 10,6 milhões e estamos solicitando a eles, na Justiça, o ressarcimento, porque não é responsabilidade da empresa recolher esses tributos. Sempre entramos em relacionamentos comerciais acreditando que nossos parceiros vão agir conforme a lei."
A outra irregularidade levantada na reportagem do "Tax Notes International" diz respeito à contratação de empresa de terceirização de serviços internos na fábrica, que, segundo Jardim, descobriu-se que trabalhava apenas para a GE. "Constatado que a relação configurava vínculo empregatício, fizemos um acordo com os funcionários e os incorporamos ao nosso quadro." (DENYSE GODOY)


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