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Rastreamento encarecerá a carne, diz CNA
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM PORTO ALEGRE
A senadora Kátia Abreu
(DEM-TO), presidente da
CNA (Confederação Nacional da Agricultura), disse ontem que a exigência
de rastreabilidade dos bois
comprados por frigoríficos só será possível se os
pecuaristas forem remunerados pelos custos para
identificar a origem de
seus rebanhos.
O BNDES estuda limitar
seus empréstimos a frigoríficos que comprovem
que não compram carne
de fazendas que desmatam a Amazônia.
Ontem, em Porto Alegre, a senadora criticou a
possibilidade e disse que o
país correria o risco de desabastecimento, pois o
Sisbov, sistema de rastreamento de bois do Ministério da Agricultura, não teve a adesão da maioria dos
produtores em razão dos
custos. "Se esse rastreamento para financiamento ocorrer de fato, nós estamos dispostos [a aderir],
desde que tenha quem vai
bancar o custo. O produtor
não vai se sentir estimulado a ter mais um custo e
não ser remunerado."
A ruralista também defendeu a flexibilização do
Código Florestal. Ela disse
que trabalha na elaboração de uma proposta que
transfira da União para cada Estado a possibilidade
de legislar sobre o tamanho das áreas de preservação permanentes.
O objetivo, disse ela, é
aprovar no Congresso
uma legislação que estabeleça parâmetros "científicos" para definir o tamanho de cada área de preservação pelas autoridades estaduais.
A proposta é combatida
por ambientalistas e pelo
Ministério do Meio Ambiente, que temem que
possa haver um afrouxamento generalizado da legislação ambiental para
atrair investimentos nos
Estados.
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