São Paulo, sexta-feira, 03 de julho de 2009

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Desemprego nos EUA e na UE afeta mercados; Bovespa cai 1%

Saída de estrangeiros da Bolsa fica em R$ 1 bi no mês

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em meio à divulgação do aumento do desemprego nos EUA e na Europa, as Bolsas de Valores se depreciaram em bloco. No pregão da BM&FBovespa, houve queda de 1,01%.
Os números do desemprego também tiveram reflexo no câmbio, com o dólar em alta diante das principais moedas. Em relação ao real, o dólar registrou apreciação de 1,19%, vendido a R$ 1,952.
O Departamento do Trabalho americano divulgou que houve perda de 467 mil vagas no país em junho, o que levou a taxa de desemprego a 9,5%, o maior nível em 26 anos. Na zona do euro, o desemprego também atingiu os 9,5%, em maio, maior nível em dez anos.
A queda das ações em Wall Street foi expressiva: o índice Dow Jones (que agrupa 30 dos papéis norte-americanos mais negociados) caiu 2,63%; a Bolsa eletrônica Nasdaq perdeu 2,67%. Na Europa, a Bolsa de Londres recuou 2,45%, e a de Frankfurt, 3,81%.
"O resultado [do desemprego] indica reversão inesperada de uma tendência firme de atenuação do ritmo de demissões que vinha se materializando desde o início do ano. Trata-se de indício de que o ritmo de recuperação da economia americana tenderá a ser mais lento e mais hesitante relativamente à média dos ciclos do pós-guerra", avalia a LCA Consultores.
Com um número maior de norte-americanos desempregados e o esperado processo mais vagaroso de recuperação da maior economia do mundo, as Bolsas recuaram. Quanto mais a economia der sinais de dificuldades para se recuperar, piores serão as expectativas para os resultados das empresas.
Com o cenário internacional menos animador, o mercado de ações brasileiro perde forças para se manter em níveis mais elevados. O índice Ibovespa, principal referência da Bolsa local, operou no vermelho durante todo o pregão de ontem. Na mínima do dia, apontou queda de 1,82%.

Saída de estrangeiros
Ontem os estrangeiros foram destaque nas vendas, como tem sido nas últimas semanas.
Um dia fora da curva foi segunda-feira, quando mais de R$ 1 bilhão líquido em capital externo desembarcou na Bolsa. Mas esse dinheiro foi atraído pela estreia da VisaNet, e não por uma mudança de rumo do mercado. No mês, as operações realizadas pelos estrangeiros ficaram negativas em aproximadamente R$ 1,1 bilhão.
O peso do estrangeiro na Bolsa é elevado o suficiente para influenciar as oscilações do pregão. A categoria responde por 35% do movimentado, sendo a líder em negociações.
As ações ordinárias (com direito a voto) de Petrobras e Vale, muito comprados por estrangeiros, terminaram no vermelho. O papel da Petrobras caiu 2,12%, e o da Vale, 0,80%.
Mantendo o ritmo intenso desde que estreou em pregão, na segunda-feira, a ação da VisaNet esteve entre as mais negociadas no dia, atrás apenas de Petrobras. O papel da administradora de cartões encerrou cotado a R$ 18,02, em alta de 1,06%. Na semana, seu ganho chega a 20,13%.


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